Uma cena comum hoje em dia é ver crianças, cada vez mais novas, com aparelhos eletrônicos nas mãos. A exposição às telas é uma ferramenta utilizada por muitos pais para distrair os pequenos enquanto eles executam alguma atividade, mas é necessário ter cuidados com excessos, pois esse hábito pode ser prejudicial para as crianças.

“O uso da tela com mediação e acompanhamento dos pais pode contribuir para o desenvolvimento da criança, porém o excesso pode ter efeitos negativos. O tempo excessivo gasto nas telas está associado a riscos de obesidade, insônia, ansiedade, problemas de atenção, queda no desempenho escolar e até depressão”, explica psicopedagoga Míriam Gomes Avelar.

A Thalyta Maria Fernandes é terapeuta capilar, ela usa o celular para marcar clientes e também para criar conteúdo sobre maternidade para as redes sociais. O marido dela, Mayck Wilker Hungria, é designer gráfico e também usa o aparelho para trabalhar. Ou seja, era comum que a filha do casal visse os pais usando o celular desde muito cedo. Foi aí que a Thalyta decidiu usar o aparelho como aliado.

Thalyta Maria e a Filha Helenna Maria (Foto: Arquivo pessoal)

“Ela foi aprendendo sozinha e nós também fomos ensinando com cautela. Como trabalhamos com o aparelho ela ficou curiosa e aos poucos mostramos o que era e como funcionava. Eu entendo que as telas podem ser vilãs, mas eu também acredito que usando da forma correta podem ser aliadas”, conta Thalyta.

Primeiro contato com celular

A Helenna Maria Fernandes teve o primeiro contato com aparelhos eletrônicos com um aninho de idade, mas a Thalyta sempre monitorava a filha nesse período.

“Eu nunca a deixava mais de 20 minutos com a tela para evitar que ela ficasse nervosa. A programação era escolhida à dedo, são sempre programas educativos. Eu fiquei bastante surpresa com a agilidade e a naturalidade que a Helenna aprendeu a usar o celular, foi muito rápido”, relata.

Foto: Arquivo pessoal

A terapeuta capilar ressalta que usa os aparelhos eletrônicos como um auxilio. “Eu uso as telas como uma ferramenta. A gente sabe que a vida de uma mãe não é fácil. Eu tenho que conciliar cuidar da casa, trabalhar e claro o mais importante que é cuidar da minha filha. Por isso, tento organizar o tempo dela de tela com período que eu estou trabalhando, por exemplo, se eu preciso fazer almoço.  Escolho um desenho educativo e fico atenta na tarefa que estou executando e também na Helenna”.

Apesar desse contato com celular, televisão e computador a Helenna é incentivada e ensinada de várias outras formas.

Primeiro livro da Helenna (Foto: Arquivo pessoal)

“Eu priorizo e incentivo que ela brinque com os brinquedos, desenhe e pinte para que ela se desenvolva de forma saudável. Também temos o costume de ler para ela, mostrando as letras e os desenho para incentivar bons hábitos”, ressalta.

O poder do exemplo

Sobre o hábito da leitura a psicopedagoga, Míriam Gomes Avelar, ressalta a importância dos pais ensinarem os filhos com o exemplo, pois é assim que as crianças aprendem.

“As crianças tendem a imitar a atitude dos adultos. Pais ou responsáveis que praticam leitura com seus filhos, estão oferecendo bons exemplos que podem trazer outros hábitos saudáveis. A experiência de ouvir boas histórias pode despertar o interesse nos estudos e investir na autoestima e segurança dos bebês e crianças”, ressalta.

Recomendações para o uso de telas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a exposição de telas eletrônicas para crianças de dois a quatro anos não seja superior a uma hora por dia. O uso de telas não é recomendado para crianças menores de vinte e quatro meses.

“É importante lembrar que uma exposição prolongada pode prejudicar também a socialização, pois a criança deixa de brincar e interagir com outras crianças e com os pais”, pontua a psicopedagoga.

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