A demanda doméstica por produtos e serviços continuará sendo o fator chave para a sustentação da atividade econômica. A avaliação consta do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje (30) pelo Banco Central.

De acordo com o relatório, “em momento no qual a retração da atividade econômica global continua surpreendendo pela intensidade e amplitude”, a resistência “da demanda doméstica configura elemento de estabilização da economia brasileira ao longo dos próximos trimestres”.

Entretanto, o efeito desaceleração global sobre a inflação “vem sendo, até o momento, predominantemente benigno”. “Esse quadro resulta dos efeitos da crise internacional sobre a demanda doméstica, que de certa forma têm prevalecido sobre o impacto da depreciação cambial”.

No relatório, o BC lembra que a crise financeira internacional está afetando o nível de atividade da economia brasileira não somente pela redução da demanda por produtos exportados, mas também com redução das fontes de financiamentos e “pela formação de um quadro geral de incerteza que tem levado os agentes a adiarem decisões importantes de consumo e de investimento”.

Segundo o relatório, “o principal elemento de incerteza e fator de risco do lado externo refere-se à duração da crise mundial”. Nesse sentido, o BC considera dois cenários. “No primeiro, caso a crise persista por mais tempo, estendendo-se por 2010, as repercussões e efeitos contracionistas sobre a economia doméstica perdurariam por todo o horizonte de projeção”.

No segundo cenário, caso a retomada ocorra de forma mais rápida,, “a restauração das condições financeiras e da confiança, alinhada à certa recuperação dos preços de commodities [produtos primários], implicaria aumento do risco inflacionário”. “Ainda que não se possa descartar, com as informações até aqui disponíveis, o segundo cenário alternativo, o primeiro parece no momento ser mais provável”.