A secretária de Economia de Goiás, Cristiane Schmidt, rechaçou o discurso de Marconi Perillo que questionou onde estava o dinheiro do estado, uma vez que, segundo ele, havia quitado os compromissos de governo. “Eu que quero saber onde está o dinheiro. Cadê o dinheiro que não estava aí em janeiro de 2019? Onde estava o dinheiro que ele não pagou a folha (dezembro de 2018)?”.

A resposta foi dada ao jornalista Rubens Salomão em entrevista exclusiva à Rádio Sagres 730 e faz referência ao último discurso de Marconi Perillo. A coluna Sagres em OFF trouxe com exclusividade as declarações do ex-governador de Goiás. Em reunião do PSDB, Marconi diz que a atual gestão, em dois anos, deixou de pagar mais de R$ 400 bilhões. Pelo menos a folha tem pagar”, criticou Perillo.

Leia também:

O povo já deu a resposta para o PSDB nas eleições, rebate Caiado

Cristiane Schmidt questionou Marconi. “Cadê o dinheiro que não foi usado em mais de 400 obras inacabadas? A gente viu diversos contratos na antiga Agetop – hoje Goinfra – com muitas complicações. Os gestores estão tentando fazer o máximo de esforço para tentarem recuperar projetos. E o que a gente quer saber também é onde estava o dinheiro?”.

Sobre a dívida externa, citada por Perillo, Cristiane também rebateu. “Eu já falei aqui e acho deve ele (Marconi) deve ter algum problema de surdez. Eu quitei a dívida externa que tinha. Qual parte da minha frase ele não entendeu? Agora, estou tendo um aumento da minha dívida mensal em R$ 100 milhões porque ele rompeu o teto em 2018. Goiás está sofrendo. É muito fácil tomar empréstimos ruins sem transparência”.

O ex-governador também disse que nos últimos dois anos “foi só choradeira, perseguição e nada”. Cristiane voltou a rechaçar a declaração ao afirmar que é conhecida como “dama de ferro”. “Não tenho nenhuma tendência pra ficar chorando o leite derramado. O que eu faço é trabalhar 24 horas, sete dias por semana. Estamos buscando uma referência moral”, ressaltou.

“Quem tá chorando é ele, que gostaria de ter feito tudo que nosso governo está fazendo. Ele deve estar numa choradeira muito grande, porque nós estamos só na alegria. Botando a casa em ordem”, completou Cristiane.

Cristiane criticou a gestão de Marconi na privatização da Celg-D. “Ele gastou R$ 5 bilhões de reais dos contribuintes goianos para pagar passivos. Privatizou, mas para os cofres públicos estaduais nao entrou nenhum bilhão. E depois, deixa um passivo que hoje está com mais de R$ 1,5 bilhão. Cadê o dinheiro do contribuinte goiano?”, voltou a questionar.

A secretária de Economia comparou a forma de pagamento de prestadores de serviço ao estado e destacou que o compromisso é “impessoal”. “Agora tem ordem cronológica, tem sistemas que funcionam, tem protocolos, processos e procedimentos. Aqui nesse governo não tem esse negócio de ‘sou amigo do governador e vou ganhar primeiro’. Aqui, a gente usa ordem cronológica”.

Confira a entrevista de Cristiane completa:

Ela ainda citou as diversas ações desenvolvidas na gestão de Caiado. “A gente está regionalizando a saúde. Estamos fazendo policlínicas e estadualizando hospitais. Por mais que o número de pessoas infectadas e de óbitos têm aumentado, nós temos um dos melhores níveis de leito por paciente”. Neste sábado, a taxa de ocupação estava em 48%.

A secretária destacou também investimentos em tecnologia. “Nós estamos implementando o 5G. É o único estado no brasil que está com 5G no agro. Isso é investimento bom”.

Nota resposta de Marconi Perillo:
São incomparáveis os dois primeiros anos do atual governo, que não apresentou nada de novo e inovador para a população, com os dois primeiros anos das gestões de Marconi Perillo em Goiás.
No biênio 1999-2000, Marconi colocou em dia dois meses e meio de folha do funcionalismo em atraso, passou a pagar adiantados os salários dos servidores, com os depósitos feitos dentro do mês trabalhado e a creditar o 13.º no mês do aniversário.
Na área fiscal, o primeiro biênio foi de expressiva redução da relação entre dívida consolidada e receita corrente líquida. Marconi foi o primeiro governador do país a adequar o Estado às novas regras de gestão das contas públicas estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Quando encerrou seu quarto governo, em 2018, Marconi havia reduzido a relação entre dívida e receita de 3,6 orçamentos para 0,9 – ou seja, quando assumiu, eram necessários quase quatro orçamentos anuais para pagar a dívida e, ao entregar a gestão, era necessário menos de um orçamento.
A dívida de Goiás com a União foi reduzida em R$ 10 bilhões, em amortização e juros, somente no biênio 1999-2000. Marconi colocou as contas do Estado em dia mesmo sem a realização de nenhuma operação de crédito, já que novos empréstimos estavam proibidos em razão da adequação à nova LRF. Em quatro mandatos como governador, ele abateu R$ 40 bilhões da dívida externa.
Nesses dois primeiros anos do atual governo, Goiás deixou de pagar R$ 4,6 bilhões da dívida do Estado com a União.
Nos governos de Marconi, portanto, boa parte da receita do Estado foi para pagar folha adiantada, o 13.º na data do aniversário, sem a possibilidade, por exemplo, de empréstimos como de R$ 1,8 bilhão obtido pelo atual governo junto ao Poder Judiciário, relativos ao depósitos judiciais privados liberados em 2019. Marconi, tampouco, governou à custa de R$ 4,6 bilhões não pagos da dívida.
Todo esse trabalho de reestruturação fiscal nos dois primeiros anos de Marconi foi feito com muita economia, honestidade e muito trabalho