O retorno dos jogos de futebol no Brasil ainda é um tema com muitas incertezas. Enquanto a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) discute diminuir o intervalo das partidas, das atuais 66h para 48h de um jogo para o outro, em virtude do seu calendário extenso e do período apertado com a suspensão da temporada desde março, os jogadores se posicionam de forma contrária.

Na coletiva de imprensa do Goiás desta segunda-feira (8), o zagueiro David Duarte foi questionado sobre o assunto. Para ele, “sabemos o quanto é difícil já jogar duas vezes por semana, porque tem viagem longa e é cansativo, mas da minha parte quero jogar todos os jogos daqui para frente e não quero ficar fora de mais nenhum. Se for obrigatório para voltar o futebol, é justo. Temos um elenco grande e qualificado para poder jogar a cada 48 horas”.

O defensor de 25 anos não entra em campo há um ano, desde o dia 10 de junho de 2019. Enquanto se preparava para o retorno em um jogo oficial, veio a paralisação das atividades. Contudo, com a volta dos treinos na última sexta-feira (5), “estou muito feliz de ter retornado a treinar com o grupo. Antes da pandemia já estava treinando e acabei de fazer um teste de força e, graças a Deus, bateu a meta. Estou apto a jogar futebol e fico muito feliz com isso”.

David Duarte, que sofreu uma ruptura no ligamento cruzado no joelho esquerdo, revelou que “a cada dia que passa vamos perdendo esse medo (de sofrer nova lesão). A cada treino tem um lance que acontece no jogo e vamos ficando com a confiança maior. Mas estou 100% e sem medo, se tiver que dividir, dar um carrinho ou uma porrada em alguém, vou dar (risos). Estou perfeito e melhor do que antes, na verdade”.

Sobre o período longe dos gramados, o zagueiro destacou que “como pessoa, mudou tudo, tanto no profissional quanto na vida particular. Sou um novo homem, não sou mais um menino e me sinto mais experiente e responsável. Essa lesão veio em um momento difícil para mim, porque estava bem, mas tenho que tirar coisas boas do que aconteceu”.

Por outro lado, seu retorno contrasta com a saída de Léo Sena, seu amigo desde a base. “Para o Goiás é uma perda gigante para nós, jogadores, porque ele era fundamental no nosso time. Em relação a ele, fico muito feliz, porque subimos praticamente juntos para o profissional, então sabemos a caminhada um do outro, o que passou e o que precisava. O Goiás perdeu um grande jogador, mas fico muito feliz por ele, porque merecia”, afirmou.