Pesquisa realizada em 179 países mediu a posição de cada um em relação a opinião das pessoas sobre a percepção da corrupção. Importante destacar, que a pesquisa não é feita em todo o mundo, por conta de alguns países que possuem regimes totalitários, ou seja, que não possuem a democracia como base de sustentação para os pilares da política. A pesquisa demonstrou que os brasileiros estão cada vez mais descontentes com a política. O Brasil ficou em 96° no índice.

Para o professor e especialista em comunicação jurídica é necessário entender a raiz do problema que esbarra no patrimonialismo, conceito criado pelo estudioso Max Weber, que define à característica absolutista do Estado, ou seja, com poder máximo sobre tudo e todos.

“A Corrupção está intimamente ligada a perspectiva do patrimonialismo, ou seja, essa confusão que existe entre público e privado, por suposto, partir deste princípio é compreender de fato a percepção ou não percepção de uma cultura do que vem a ser corrupção.”

Apesar do retrocesso na posição em que o Brasil ocupa, o conselheiro seccional da OAB-GO destaca que há avanços.

“Houve um avanço, um grande avanço no sistema político brasileiro, permitindo minimamente o acesso as informações públicas. No começo dos anos 2000 e mais agora a partir de 2010 uma cobrança mais profunda dos órgãos de controle com relação a uma transparência dos dados públicos.”

A professora de ciência política, Mayra Goulart, os próprios políticos brasileiros colocam em cheque o sistema eleitoral, contestando resultado de eleições.

“A contestação do resultado eleitoral em 2014 pelo então presidente do PSDB, Aécio Neves, e candidato à eleição presidencial, quando derrotado, não reconhece o resultado destas eleições. E inicia um processo de contestação aquilo que até então era tido como o fiel da balança, uma garantia constitucional.”

A pesquisa trouxe ainda o resultado do declínio dos processos democráticos, com os atos de corrupção nos governos, uma vez que para fiscalizar e punir atos ilegais é necessário amplo aparato dos sistemas que formam a política. Os poderes legislativo, executivo e judiciário são a base do estado e precisam de autonomia para um fiscalizar o outro.

Sinval Lopes é estagiário do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o Centro Universitário FASAM e o Iphac, sob supervisão da jornalista Luciana Maciel.

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