A campanha Maio Amarelo e o dia 18 de maio, dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, reforçam o combate à este crime. A mobilização busca ressaltar a conscientização e a importância do dever do cidadão em proteger as crianças e adolescentes, através de atividades e exercícios voltado à prevenção.

Segundo o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, no Brasil, 3 meninas ou meninos são abusados a cada hora. Entre as vítimas, 51% têm entre 1 e 5 anos de idade.

De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, 91,8% das crianças foram abusadas por pessoas próximas à criança. Os dados mostram que, 7 de cada 10 casos, a criança foi abusada por um familiar. Já 24% das crianças abusadas, são conhecidos da família.

Para entender a gravidade da violência contra crianças e adolescentes, a Sagres convidou a delegada titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) Ana Elisa Gomes Martins; a psicóloga Ariana Fidelis e a gerente de Inclusão Diversidade e Cidadania da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Goiânia, Luciana Ferreira Machado.

Participam também o assistente social e coordenador técnico de Sistema de Informações de Crianças e Adolescentes da Secretaria de Desenvolvimento Social de Goiás, Remilton Borges e a superintendente da Mulher e da Igualdade Racial da Secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Rosilene Oliveira Guimarães.

Ouça o debate em forma de podcast:

Ouça “Debate Super Sábado #296 | Como combater a violência e promover segurança a crianças e adolescentes?” no Spreaker.

A pandemia da Covid-19 provocou o isolamento social, deixando crianças e adolescentes em estado de vulnerabilidade. De acordo com a delegada Ana Elisa Gomes Martins, o número de denuncias contra os abusos diminuíram durante a pandemia.

“Houve uma redução de mais ou menos 25% do numero de denuncias que habitualmente eram trazido para nós. Justamente por que perdemos a parceria com as escolas nesse período. As escolas deixaram de funcionar, as aulas eram virtuais e a gente sabe que muitas vezes as crianças e adolescentes levam seus problemas e vivencias para as escolas”, ressalta a delegada.

Segundo Luciana Ferreira Machado, o papel das escolas tem sido fundamental para denunciar a violência contra o menor, e a SME trabalha com um plano de ação aos vitimados.

“Nós utilizamos duas fichas, o qual da total cobertura de proteção às instituições educacionais. A primeira ficha deixa claro a importância do sigilo das professoras, no qual as diretoras assinam esse documento e encaminham para o Conselho Tutelar e tomam os procedimentos. E a segunda ficha é o que a saúde utiliza, e nós da SME utilizamos desde 2005”, disse a gerente.

Mudança brusca de comportamentos e medos excessivos são alguns sinais de alerta das crianças e adolescentes, no qual emitem quando estão sofrendo algum tipo de abuso sexual. A psicóloga Ariana Fideles faz um alerta aos pais, pois precisam conhecer a conduta dos seus filhos, para perceber as alterações comportamental.

“Aquelas crianças que falam muito, são mais expansivas, são mais extrovertidas elas podem apresentar comportamentos mais agressivos. Aquelas que são tímidas retraem ainda mais. Por que aquela criança ali fica procurando formas para tentar se defender daquela agressão que ela não entende”, afirma Ariana, ressaltando que o comportamento do agressor, nunca é realizado pela primeira vez.

“Geralmente a todo um processo de envolvimento e encantamento. Muito difícil lidar com esse crime por ser um crime nas quatro paredes e muitas vezes à um acordo familiar, uma ocultação da própria familiar, e esses acordos ficam ali, por isso é tão difícil diagnosticar, mas as alterações comportamentais são as mais variáveis possíveis”, alerta a psicóloga.

O assistente social Remilton Borges, explica que o governo de Goiás, coloca a disposição métodos para combater a violência contra crianças e adolescentes, como treinamento e capacitação dos profissionais do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).

“É instrumentalizar e sistematizar ações e práticas que venham contribuir no atendimento do cotidiano dessa familias, crianças e adolescentes envolvidos nesse tema” afirma Remilton.

Ao perceber sinais de violência contra crianças e adoloecntes denuncie pelo Disque 100. O serviço gratuito funciona 24h nos sete dias da semana para receber denúncias de violência contra crianças e adolescentes.