As reações ao anúncio da chapa de Ronaldo Caiado (DEM) ao governo se alastram na base do governo e no MDB como estopim de uma nova fase na campanha. E uma fase mais dura, hard.

Entre os governistas, o sentimento é de raiva explícita em relação ao ex-companheiro Lincoln Tejota (PROS), que trocou a base pela oposição, e a oposição que mais ‘dói’: a liderada por Caiado, também ex-integrante dessa mesma base.

A saída de Tejota é tratada como traição e o movimento beligerante já começou, com mensagens nas redes sociais, mapeamento e caça às suas indicação e benefícios no governo, mais uma ação incisiva sobre suas bases no interior, para que não o acompanhem.

Tudo com a mensagem de que ele sempre teve tudo que quis, até mais que muitos companheiros, e sai com a ingratidão de quem escolhe um projeto pessoal, em detrimento do grupo.

Essa foi a tônica da entrevista hoje de manhã do deputado Tales Barreto à Rádio Sagres. Tales, com calma, lembrou que Lincoln era bem atendido por Marconi Perillo e José Eliton (ambos PSDB) e fazia discurso aberto de defesa da administração estadual.

Mensagens no Instagram com elogios a Eliton; trechos de discurso com declaração de amor à base do governo; afirmação de que estava saindo do PSD para manter coerência com o ‘tempo novo’, o que não via na atitude de Vilmar Rocha, crítico tardio de Eliton.

Tudo está sendo revolvido para enfatizar o que Tejota deixou para se aliar ao inimigo. O ataque é também contra-ataque, já que a ação de Caiado para tirar Tejota da base passou a ser tratada como fogo aberto.

No MDB, o sentimento é também de faca nos dentes com as últimas notícias. Pesa mais a decisão de Jorge Kajuru (PRP) em sair candidato ao Senado junto com o democrata.

É nesse ambiente que surge a questão: Kajuru e Tejota seguram seus partidos, para garantir espaço para suas decisões? Há segurança ‘jurídica’, quer dizer, política, para que mantenham até o fim suas posições? Até as convenções, nada é definitivo, e as negociações de bastidores estão correndo.

Somando reações de aliados e emedebistas, o que se tem é a deflagração de uma guerra total. O que era esperado para só daqui a mais alguns dias, antecipa-se em virtude do movimento de Caiado no tabuleiro.

Caiado acertou em fechar agora a sua chapa? Errou? Cada lado tem sua opinião. Cada bunker monta sua estratégia. Cada exército usa as armas que tem.

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(Atualizado às 13h25)

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