As bancadas dos partidos de oposição na Câmara dos deputados publicaram nota de repúdio às declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e por ministros na reunião ocorrida em 22 de abril, no Palácio do Planalto. O conteúdo do vídeo do encontro foi liberado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fim da última sexta-feira.

O deputado federal Rubens Otoni (PT), afirmou à Sagres 730 nesta segunda-feira (25) que o vídeo mostra com clareza, o presidente tentando interferir na Polícia Federal. “Fala de maneira pejorativa com um palavrório muito baixo, lamentável para um presidente, líder maior do pais”, considerou.

Rubens Otoni ressaltou que a divulgação da reunião ministerial tinha o objetivo de analisar se havia implicância ou não, de interferência da Polícia Federal, mas essa parte passou a ser um detalhe. “O conteúdo que se apresentou nesse vídeo é gravíssimo do ponto de vista do meio ambiente, do ponto de vista da economia, do ponto de vista das relações internacionais, até mesmo do presidente da República”, disse. “É uma calamidade, uma situação chocante para o nosso país a gente ver que estamos sendo governados por um grupo como esse”.

Em um trecho de vídeo da reunião, o presidente Jair Bolsonaro diz que está armando a população porque não quer uma ditadura no Brasil. Para o deputado da oposição, Bolsonaro mostra, de maneira recorrente, ações de incentivo à intervenção militar, incentivando o fechamento do Congresso e do STF. “Ele fala explicitamente na reunião, sobre essa questão de armar a população para poder fazer enfrentamento, lamentável, trabalhando de um lado para desmoralizar as instituições, até para que, desmoralizando das instituições tem a justificativa para fazer uma intervenção”, analisou.

“Não acredito que haja clima para isso [intervenção militar], não acredito que setores importantes das Forças Armadas embarquem em uma aventura como essa, porque o presidente Bolsonaro está demonstrando a cada vez mais a sua incapacidade a sua incompetência e a sua irresponsabilidade, então isso faz com que até aqueles que poderiam ser possíveis aliados, nesse momento a sociedade brasileira repudiará este tipo de ação que mais comparada a uma ação miliciana”.