Com extensão de 14 milhões de quilômetros quadrados em oito países, o Ártico é composto por solo, rochas, material orgânico e gelo, tudo congelado. No entanto, a região localizada no Polo Norte está aquecendo rapidamente, cerca de quatro vezes mais rápido se comparado ao resto do planeta. Um dos problemas desse aquecimento é que o derretimento do gelo no Ártico pode liberar micróbios mortais aos seres humanos.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) afirma que bactérias e vírus antigos podem ser liberados. O fato foi confirmado por um estudo publicado na revista “Environmental Sustainability”, que estima a liberação de quatro sextilhões (quatro seguido por 21 zeros) de micróbios anualmente por causa do degelo do pergelissolo, camada que cobre o Ártico.
Os micróbios são de animais mortos há muitos anos. Para esclarecer a preocupação, o Pnuma ressaltou que o fato já ocorreu com um surto na Península de Yamal, na Sibéria, em 2016. Os cientistas atribuem a um cemitério de renas mortas há mais de 70 anos contaminadas por uma bactéria que causa o antraz, a morte de um menino de 12 anos e o adoecimento de dezenas de pessoas.
O patógeno estava congelado na camada pergelissolo, mas com o degelo se espalhou para os humanos. Uma das causas do derretimento do gelo, segundo o Pnuma, é o aumento do uso do Ártico para transporte marítimo, mineração e outras indústrias, além das mudanças climáticas.
Outro problema desse derretimento destacado pela agência da ONU é que o degelo também pode liberar na atmosfera cerca de 1,5 mil gigatoneladas de carbono da camada pergelissolo, que é aproximadamente duas vezes mais que a quantidade atualmente presente na atmosfera.
*Com ONU News
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima.
Leia mais: