No início de dezembro os cientistas do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia já davam como certo que 2024 seria o ano mais quente já registrado no mundo. O fato foi amplificado pelo secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que afirmou que a última década foi a mais quente já registrada no planeta.
“Hoje posso informar oficialmente que acabamos de suportar uma década de calor mortal. Os dez anos mais quentes já registrados ocorreram nos últimos 10 anos, incluindo 2024. É a degradação do clima em tempo real. Temos de sair desta estrada para a ruína e não temos tempo a perder”, afirmou.
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A mensagem de fim de ano do secretário-geral da ONU foi divulgada pela entidade no dia 27 de dezembro de 2024. No início dela Guterres lembrou que o ano ficou marcado pelas guerras e pelas deslocações, que consequentemente geram dor e sofrimento para muitas pessoas. Ele afirmou que os conflitos alimentam as tensões e a desconfiança e aumentam as desigualdades e as graves divisões.
“Ao longo de 2024, a esperança tem sido difícil de encontrar”, disse. “Em 2025, os países devem colocar o mundo numa trajetória mais segura reduzindo drasticamente as emissões e contribuindo para a transição para um futuro renovável. É essencial e é possível”, destacou.
2025 e a esperança para o futuro
Um novo ano representa recomeço. Para o secretário-geral da ONU a virada foi também fonte de esperança, pois o mundo enfrenta desafios políticos, econômicos, sociais, humanitários e climáticos. “Mesmo nos dias mais sombrios, vi a esperança abrir caminho à mudança”, destacou.
Então, António Guterres dedicou parte do discurso para homenagear as pessoas que mantêm a esperança da mudança viva.
“Vejo esperança nos ativistas – jovens e idosos – que erguem as suas vozes em prol do progresso e vejo esperança nos heróis humanitários que superam enormes obstáculos para apoiar as pessoas mais vulneráveis. Também vejo esperança nos países em desenvolvimento que lutam pela justiça financeira e climática e essa mesma esperança nos cientistas e inovadores que abrem novos caminhos para a humanidade. E vi esperança em setembro, quando as lideranças mundiais se reuniram para adotar o Pacto para o Futuro”.
Pacto para o Futuro
O Pacto para o Futuro é o mais abrangente acordo internacional dos últimos anos pensado para acelerar os acordos da ONU adaptando-os às realidades atuais e aos desafios de amanhã. Ele foi aprovado em setembro do ano passado, na Cúpula do Futuro, em Nova Iorque, pelos líderes dos países-membros da entidade.
Mencionado como uma esperança por Guterres, o Pacto terá resoluções, segundo a ONU, para questões de paz, segurança, desenvolvimento sustentável, mudança climática, cooperação digital, direitos humanos, gênero, juventude e gerações futuras, e a transformação da governança global.
“O Pacto é um novo impulso para construir a paz através do desarmamento e da prevenção, reformar o sistema financeiro mundial para que apoie e represente todos os países, impulsionar a criação de mais oportunidades para as mulheres e jovens, construir barreiras de proteção para que as tecnologias coloquem as pessoas acima dos lucros e os direitos acima dos algoritmos descontrolados”, apontou.
União dos países
Além disso, António Guterres ressaltou que o Pacto deve sempre respeitar os princípios dos direitos humanos consagrados pelo direito internacional e pela Carta das Nações Unidas. E desejou que 2025 seja um ano em que as nações do mundo estejam mais unidas.
“Não há garantias para o que está por vir em 2025. Mas comprometo-me a apoiar todas as pessoas que estão a trabalhar para forjar um futuro mais pacífico, igualitário, estável e saudável para todas as pessoas. Juntos, podemos fazer de 2025 um novo começo, não como um mundo dividido, mas como nações unidas”, finalizou a mensagem. Confira a mensagem completa no vídeo abaixo:
*Com ONU News
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima.
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