A primeira derrota no período de preparação também escancara os primeiros problemas (ou velhos problemas) dentro do Vila Nova. O time foi derrotado pela Anapolina por 2 a 1 no primeiro teste para a Série C, na manhã desta quarta-feira, mas o que chamou a atenção foi a discordância de versões apresentadas pelo técnico Márcio Bittencourt e o lateral esquerdo Alan, que foi reserva e viu o meia Hugo, da base, ser improvisado. Alan garante que não estava lesionado.

“Não, não, jamais, a dor só me incomodou um dia e tô sempre pronto para a batalha de cada dia. Fisicamente eu estou bem, o treinador e o preparador físico sabem muito bem disso, estão vendo muito bem meu dia a dia. Foi só um dia que eu senti no físico, eu estava voltando de uma semana longa que fiquei um pouco mais fora, mas acho que hoje não tem desculpa para falar isso não. No DM eu fiquei um dia que senti, estava forçando muito no treino para me condicionar”

O treinador Márcio Bittencourt, em sua entrevista coletiva, trouxe outra versão ao ser questionado se Alan não estaria pronto para disputar uma Série C. O comandante colorado explicou que ele estava no Departamento Médico e por isso, teria de voltar aos poucos para não agravar a lesão. Ao ser informado da declaração do atleta, Márcio mostrou certa irritação quanto a discordância.

“Não, então você não tá acompanhando, o Alan estava no DM, agora que ele voltou a treinar, então o pessoal que acompanha sabe que ele estava no DM, é simples isso. (Ao saber da versão do jogador) Eu acho engraçado então, a gente precisa fazer um churrasco de Departamento Médico e da comissão técnica pra ver se a gente se entrosa”

Alan Vila THIAGOMesmo desconfortável com a situação, Márcio seguiu explicando que, o que foi passado para a comissão técnica, era que Alan estaria se recuperando aos poucos da lesão. O treinador tratou isso como uma situação séria, até porque qualquer declaração pode encerrar o trabalho de algum profissional do Departamento Médico, e disparou que o jogador precisa ser um pouco mais profissional.

“O que eu sei é que ele tava no DM e voltando, ele não sai de lá do dia para a noite. Ele fez um coletivo, todos acompanharam, sentiu dor e foi para o DM. Acho que aí o jogador precisa ter um pouco mais de profissionalismo e não falar besteira, porque aí ele tá colocando em choque dois profissionais. Vou ver sim, vou olhar. É fácil, jogador pega o microfone e às vezes não sabe o que falar, daí põe em risco profissionais lá dentro”

A grande questão que vive atingindo o Vila nos últimos anos é quanto o aproveitamento dos jogadores formados no clube. Do time que começou a partida nesta quarta-feira, apenas Hugo, improvisado, foi titular, até porque não havia outro atleta da posição. Até sobre isso, Alan voltou a falar com pulso firme e demonstrou o descontentamento não só dele, como também da maioria dos garotos que esperam uma chance e ela só aparece quando o time precisa se salvar.

 “Sobre o que ele falou, eu nem estou sabendo, que eu falo demais ou algo assim. Estou fazendo meu trabalho aqui quietinho, procurando meu espaço para jogar a Série C. Temer não, não temo à ninguém, pode vir qualquer um, vou fazer meu trabalho e vai dele colocar o jogador que ele achar na posição. Todos viram o Goiano que eu fiz, botei a cara para bater, botei o peito na frente e conseguimos deixar o Vila na 1º Divisão. Chamar a gente na hora que tá tudo ruim é tetinha (sic), no ‘bem bom’ tem que colocar a garotada para brincar também”