Desde o dia 2 de maio, escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) de Goiânia iniciaram o uso de detectores portáteis de metais na entrada dos alunos. A ideia foi aumentar a segurança após os ataques a escolas que aconteceram nas cidades de São Paulo e Blumenau (SC) no mês de abril que foram seguidos de disseminação de fakenews nas redes socais.

“Desde então, não tivemos nenhuma ocorrência. Sempre solicitamos para a direção das unidades escolares que entrem em contato com a nossa equipe de apoio ou conosco sempre que tiverem alguma ocorrência. Neste caso da averiguação das mochilas, não tivemos nenhum caso”, disse Débora Quixabeira, chefe de gabinete do Secretário Wellington Bessa.

Segundo Débora, os números mostram que a medida “foi assertiva”. Evitou que alunos tentassem se defender de possíveis ataques utilizando armas brancas dentro das unidades escolares.

“A Secretaria de Educação começou a verificar que alguns alunos estavam levando armas brancas para defesa. Inclusive tivemos de suspender as mochilas até que os detectores de metais chegassem para as instituições. Após o uso do equipamento, não tivemos nenhum caso registrado”, destacou.

Recursos

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, as 371 instituições de ensino da Capital receberam cerca de R$ 370 mil em recursos para aquisição dos detectores e manutenção de outros itens de segurança. Débora acredita que em breve todas as escolas administradas pela Prefeitura de Goiânia, estarão com seus “kits de segurança” instalados.

“Desde 2021, a Secretaria encaminhou recursos consideráveis para que pudessem ser feitas orientações dentro da estrutura física. Além de mais um valor para o “kit segurança”, composto pela concertina e câmeras de segurança. A nossa estrutura de rede física tem acompanhado, as escolas têm feito o seu trabalho e acreditamos que em breve todas as nossas escolas terão o “kit” instalado”.

Mediação de conflitos

Sem definir uma data para encerrar a fiscalização, a orientação da Secretaria é para que os detectores continuem sendo utilizados. além disso, uma outra medida também foi adotada para melhorar o convívio no ambiente escolar. Débora explicou que uma equipe multiprofissional tem atuado na medição de conflitos.

“Junto com o Tribunal de Justiça, estudantes, famílias e os servidores, realizamos círculos de tratativas de melhor convivência, de utilização de linguagem não agressiva. Claro que é um trabalho de longo prazo, a Secretaria desenvolve ele há muitos anos”, completou Débora, que lembrou que os professor recebe são orientados de forma especial para a condução dos conflitos.

“O nosso professor, ainda que não tenha uma formação em psicopedagogia, ele recebe essa formação para as tratativas não violentas, na forma de comunicação não violenta e de como mediar um conflito quando ele acontecer. Essa é a formação para formadores”, detalhou Débora Quixabeira, que acredita na efetividade dos círculos de mediação.

“Acreditamos que esse trabalho possa ser efetivo, a ponto de não precisar mais dos detectores. Ainda são frequentes os pedidos da direção das escolas para a mediação. É um trabalho bom e tem se mostrado eficaz”, finalizou.

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