Além do tratamento e dos cuidados habituais, a academia pode ser um importante aliado para pessoas com diabetes tipo 2, quando há produção insuficiente de insulina. Uma das principais atividades para combater o sobrepeso, o exercício físico afeta diretamente o metabolismo da glicose.

Isso porque, de acordo com um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a prática ligada dos exercícios de força e aeróbicos – o chamado treinamento combinado – colabora não apenas para a capacidade física dos pacientes, mas também para evitar a dependência de insulina.

O estudo

Realizado na Faculdade de Educação Física da Unicamp, Ivan Bonfante desenvolveu o estudo durante seu doutorado. Segundo a orientadora Claudia Cavaglieri, pesquisas que tentam ativar o efeito browning processo que aumenta o gasto energético e a termogênese – no tratamento de doenças relacionadas à obesidade não são recentes.

A pesquisa, portanto, se deu através da investigação do impacto do treinamento combinado no efeito. Como resultado, comprovou-se que ao conseguir efetuar o gasto calórico, o paciente também sucedeu na redução da obesidade e na melhora do metabolismo glicólico.

A fim de buscar respostas metabólicas aos exercícios, foram avaliadas pessoas entre 40 e 60 anos com diabetes, sobrepeso e que não faziam uso de insulina. Divididos em dois grupos, os voluntários participaram de diferentes processos.

Durante 16 semanas – cerca de quatro meses -, enquanto uma metade realizou sessões de aquecimento e treinos de força combinados com exercícios aeróbicos, porém sem mudanças na dieta, a outra metade do grupo não mudou a rotina.

Resultados positivos

Ao final do experimento, os voluntários que praticaram atividades físicas obtiveram melhoras significativas. Por exemplo, além de diminuírem taxas de gordura corporal, triglicerídeos e colesterol, tiveram reduções nos níveis de glicose e de resistência à insulina.

Por consequência, também ganharam maior capacidade física, com aumento de imunidade, massa magra e força muscular, assim como da atividade metabólica. Bonfante também identificou o remodelamento da gordura bege – gorduras corporais que queimam calorias para produzir calor -, ou seja, o efeito browning.

“Vimos que os voluntários melhoraram tanto o metabolismo como a composição corporal. Os marcadores bioquímicos e a inflamação baixaram a tal ponto que parte dessas pessoas precisou diminuir a dose da medicação que tomava”, destacou Cavaglieri.

Em resumo, os pesquisadores concluíram que a combinação de exercícios de força e aeróbicos podem ser alternativas para o tratamento de pacientes com diabetes tipo 2 e sobrepeso, uma vez que ajuda a evitar a dependência de insulina.

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