Nesta sexta-feira, 10 de março, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Sedentarismo, data importante para a conscientização das pessoas com relação à saúde, pauta que está dentro do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 03 da Organização das Nações Unidas (ONU) – Saúde e bem estar.

A data foi criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para colocar em pauta a importância de práticas saudáveis, como atividades físicas e alimentação adequada.

Pensando nisso, o Sistema Sagres de Comunicação ouviu um profissional da educação física para ressaltar os benefícios, tanto para o corpo e a mente, da prática regular de exercício físico. Além disso, o conteúdo também traz algumas dicas para te motivar a sair do sofá e começar alguma atividade.

De acordo com Arthur Magnabosco, bacharel em educação física pela Universidade Federal de Goiás (UFG), existem diversos estudos que aprofundam a relação da saúde e bom humor com o exercício físico.

“Já é consolidado na ciência os efeitos positivos que a prática de exercício físico tem: na prevenção, controle e tratamento de doenças crônicas, como obesidade, diabetes e hipertensão arterial; no aumento de força e resistência muscular e na saúde dos ossos e articulações; na prevenção, controle e tratamento de distúrbios psicológicos, como a depressão e a ansiedade”, destacou.

Arthur Magnabosco explica que a maior parte dos problemas relacionados com o sedentarismo vem ao longo prazo e é exatamente por isso que é importante uma grande conscientização da população sobre o tema.

“Por mais que no curto prazo já se possa ficar mais estressado, ganhar peso, ter dificuldade em realizar certas atividades, esses problemas não se comparam com os problemas de longo prazo. Hoje, o sedentarismo é um dos maiores fatores de risco de mortalidade no mundo, que podem levar ao aparecimento de diversas doenças. Existe um estudo da Universidade de Cambridge, de 2015, que mostrou, inclusive, que a taxa de mortalidade é maior em pessoas não obesas e sedentárias que em pessoas obesas e ativas”, pontuou.

Apesar da OMS recomendar como quantidade mínima ideal a realização de 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física intensa por semana, o profissional ressalta que o importante é o condicionamento físico.

“É importante falar disso, porque um dos grandes fatores para as pessoas deixarem de fazer uma atividade física é a falta de tempo e, hoje, existem diversos métodos de treinamento em que podem ser realizadas atividades de intensidade muito alta por um tempo muito curto, em que se pode obter grandes benefícios para a saúde”, argumentou.

Outro ponto importante para o desempenho de atividades físicas é a alimentação e o sono. Segundo Arthur Magnabosco, todos os benefícios da atividade física são potencializados quando combinados com alimentação saudável e sono regulado.

“A realização de um facilita na realização do outro. Digo isso porque existem estudos que mostram a maior probabilidade de uma pessoa ter alimentação saudável e sono regulado quando pratica alguma atividade física (e o contrário também)”, declarou.

Dicas motivacionais

Primeiramente, o profissional lembra que qualquer exercício é sempre melhor que nenhum exercício. “Realmente não é fácil para uma pessoa sedentária passar a ter regularidade na prática de uma atividade física, então é sempre melhor começar devagar, progredir aos pouquinhos. E focar, inicialmente, em encontrar uma prática que dê prazer, para então tornar essa prática uma rotina”, recomendeu.

Mesmo sendo educador físico, Arthur Magnabosco defende que é importante acabar com o medo exagerado de se fazer atividade física sem acompanhamento de um profissional.

“Existem casos específicos que requerem sim um acompanhamento de um profissional, mas para a maior parte da população é possível fazer atividade física de forma segura sozinho, desde que a progressão seja lenta e seus limites sejam respeitados, sem exageros. É importante que a população saiba disso, já que grande parte dela não tem dinheiro para pagar o acompanhamento de um profissional”, explicou.

Para pessoas com aquela rotina muito intensa, em que o tempo é escasso, Arthur Magnabosco também tem uma dica. “Priorize práticas de alta intensidade e curta duração. A depender da atividade, com 5 a 15 minutos por dia já é possível se obter grandes benefícios para a sua saúde, como Treinamentos Intervalados de Alta Intensidade (HIITs), Treinamentos Intervalados de Sprints (SITs), Musculaçao (a depender da forma com que for realizada), circuitos funcionais, método Tabata”, finalizou.

OMS

De acordo com a OMS, a atividade física é boa para o coração, o corpo e a mente. Praticando de forma regular, pode prevenir e ajudar a controlar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer, que causam quase três quartos das mortes em todo o mundo. O órgão também defende que a atividade física também pode reduzir os sintomas de depressão e ansiedade e melhorar o pensamento, a aprendizagem e o bem-estar geral.

Assim como destacado por Arthur Magnabosco, a OMS ressalta que qualquer quantidade de atividade física é melhor do que nenhuma, e quanto mais, melhor. Segundo o órgão, toda atividade física conta. que pode ser realizada como parte do trabalho, esporte e lazer ou transporte (caminhando, patinando e pedalando), bem como tarefas diárias e domésticas.

Para idosos com 65 anos ou mais, a organização afirma que deve adicionar atividades físicas que enfatizem o equilíbrio e a coordenação, bem como o fortalecimento muscular, para ajudar a prevenir quedas e melhorar a saúde.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2020, mais da metade dos adultos apresenta excesso de peso (60,3%, o que representa 96 milhões de pessoas), com prevalência maior no público feminino (62,6%) do que no masculino (57,5%).

No mundo, conforme dados da OMS de 2022, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são obesas (650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças). Além disso, o órgão afirma que esse número continua aumentando.

Leia mais: