JULIA CHAIB E RENATO MACHADO / BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Começou às 10h21 desta terça-feira (11) a sessão da CPI da Covid para ouvir o depoimento do diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres.

Barra Torres é considerado muito próximo ao presidente Jair Bolsonaro, inclusive tendo participado com ele de protestos que promoveram aglomerações em Brasília, em 2020.

O militar da Marinha foi indicado como diretor-presidente interino da agência em dezembro de 2019, sendo efetivado um ano depois, após sabatina no Senado.

Ao chegar para a sessão, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que os principais pontos de questionamentos dos parlamentares serão as autorizações para as vacinas, em especial a negativa da agência em conceder autorização para a imunização russa Sputnik.

Randolfe também afirmou que Barra Torres será questionado sobre pressões para alterar a bula da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada para tratamento da Covid-19, embora propagado pelo presidente Bolsonaro.

Em depoimento na semana passada, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta citou uma reunião no Palácio do Planalto, na qual teria sido apresentada uma minuta de decreto para alterar a bula do medicamento. Barra Torres estava presente, segundo Mandetta, embora tenha se oposto à iniciativa.

Senadores da CPI acreditam, portanto, que Barra Torres pode dar mais informações a respeito do que chamam de “ministério paralelo”, um centro de aconselhamento ao presidente, fora da estrutura do Ministério da Saúde.