Desde 1962 apenas um time participou de todas as edições do Campeonato Goiano: Goiás Esporte Clube. O Alviverde é também o maior vencedor da competição com 26 títulos, 11 a mais que o segundo maior campeão, o rival Vila Nova. Confiança para fazer um excelente trabalho em 2016 não faltava, mas ela não apareceu no decorrer da temporada.

2015 acabou com o time esmeraldino sendo rebaixado da Série A para B. A missão após o descenso não era fácil. E o ano de 2016 definitivamente não foi um dos melhores para o torcedor do Goiás. Depois de celebrar o 26º título do Campeonato Goiano, a expectativa criada em cima do Alviverde era que o time repetisse a campanha do estadual conquistando o acesso – independente de título na Série B. Contudo, as primeiras rodadas mostraram que o restante da temporada seria complicado. Ao término do primeiro turno, por exemplo, o time amargou a 17ª colocação e brigava contra o rebaixamento, que se tornou ao longo do campeonato a principal luta do time verde.

O ELENCO

A diretoria esmeraldina promoveu um verdadeiro limpa no elenco. Dos contratados em 2015, apenas três tinham virado o ano com o clube. O número, no entanto, caiu após as vendas do zagueiro Fred – transferido para o Grêmio – e do atacante Bruno Henrique – vendido ao Wosfburg, da Alemanha. Dos três jogadores, restou apenas o volante Patrick. Quase toda a equipe titular que iniciou a temporada foi contratada em 2016.

As esperanças do Verdão de realizar uma boa temporada cresceram com a chegada do novo treinador, Enderson Moreira. Com o técnico, o Goiás foi campeão goiano nos anos de 2012 e 2013. Enderson foi considerado uma das principais armas esmeraldinas na tentativa do clube se tornar mais profissional em todas as áreas a partir de 2016. Sérgio Rassi, no seu segundo mandato de presidente, apresentou entre outras novidades o diretor executivo Felipe Ximenes, responsável pela reformulação do elenco, após a saída do gestor de futebol Harlei Menezes, considerado ‘culpado’ pelo rebaixamento para Série B.

O GOIANÃO

O Goiás terminou a fase de grupos com melhor aproveitamento, pontuação, vitórias, time com menos derrotas, gols marcados e saldo de gols. O Alviverde mostrou sua força logo nas primeiras rodadas com três triunfos consecutivos, no entanto, uma das grandes surpresas da competição aconteceu nos primeiros duelos: derrota de 3 a 2 para o Goianésia, em um dos jogos mais emocionantes do torneio estadual.

A supremacia verde no Goianão pôde ser constatado nos duelos contra os principais rivais regionais. O Goiás enfrentou Atlético e Vila Nova duas vezes na primeira fase e encontrou o arquirrival vermelho nas semifinais da competição. Ao todo, foram nove pontos conquistados em 18 possíveis. Para efeitos de comparação, a dupla Dragão e Tigrão conquistou apenas quatro pontos nos clássicos.

Com o primeiro lugar garantido no Grupo A, o Goiás enfrentou o Vila Nova nas semifinais e não tomou conhecimento do rival ao despachá-lo com placar de 2 a 1 no agregado. Contudo, a final do Goianão 2016 não ocorreu com tanta facilidade. O Anápolis, que já havia surpreendido eliminando o Atlético na fase semifinal, fez jogo duro contra o Alviverde e só foi superado nos pênaltis (5×4) após dois empates nos 180 minutos de bola rolando.

Autor de cinco gols em 16 jogos realizados, Carlos Eduardo foi eleito o Fera do Goianão. O atacante se tornou ao longo da competição uma das principais armas do Goiás na competição. Além de Carlos Eduardo, o lateral Juninho e o meia Wagner também apareceram entre os melhores atletas do campeonato.

A SÉRIE B

A conquista do 26º título do Goianão fez com que a expectativa criada em cima do Goiás aumentasse na busca pelo retorno à elite. Contudo, as primeiras rodadas mostraram que o restante da temporada não seria como o início do ano. Nos dez primeiros compromissos o Goiás venceu apenas duas partidas, foi derrotado cinco vezes e empatou três jogos. Ao término do primeiro turno, por exemplo, o time amargou a 17ª colocação e brigava contra o rebaixamento, que se tornou, ao longo do campeonato, a principal luta do Alviverde.

Disputa que por sinal foi acirrada com o rival Vila Nova, recém-promovido para Série B. A distância entre os rivais variaram de dois a cinco pontos no decorrer das rodadas, com lutas discrepantes no decorrer do campeonato. A primeira metade foi justamente contra o descenso, à segunda para ver quem iria ficar na frente do rival, já que ambos não conquistaram a regularidade necessária para pensar em algo a mais na Série B 2016.

Outro fator que pode ter complicado a campanha verde na segunda divisão foi a troca de filosofia no decorrer da competição. Começou com Enderson Moreira – demitido após sete jogos à frente do GEC -, Léo Condé assumiu e comandou o Verdão em 15 jogos, sendo demitido após aproveitando de 46,6% e Gilson Kleina ficou à frente do Goiás na reta final onde obteve, entre os três treinadores, o maior número de vitórias (7), mas também foi o que mais perdeu (6).

O VETO

Que o ano do Goiás foi daqueles para se esquecer, isso não é novidade para ninguém. O clube que foi rebaixado em 2015 para Série B do Campeonato Brasileiro, tinha como principal objetivo subir novamente para elite em 2016. Contudo, a equipe esmeraldina quase fez o caminho inverso, correndo risco de um descenso para a terceira divisão. Com contratações caras que não deram certo, o Verdão amargou posições incômodas durante o decorrer da competição. O Alviverde terminou a Série B na 13ª posição com 50 pontos conquistados. Ao todo, foram 13 vitórias, 11 empates e 14 derrotadas nas 38 partidas realizadas.

Se já não bastasse a imagem ruim com a torcida, acostumada a ver e cobrar resultados melhores, o Goiás, durante o decorrer do Campeonato Brasileiro, rompeu laços com alguns canais da imprensa do Estado, devido a “críticas” realizadas a jogadores que por muitas vezes, segundo o clube, foram pesadas. Entre as emissoras que estavam no “veto” a Rádio 730, rádio Bandeirantes, TV Brasil Central e Aliança foram proibidas de falar com jogadores do Goiás.

OLÁ, 2017

O ano de 2017 começou com um pouco de antecedência no Goiás, precisamente no dia 14 de novembro de 2016. O Alviverde anunciou a volta de Harlei Menezes à direção de futebol do time esmeraldino. Como jogador, Harlei defendeu as cores do Verdão por 15 temporadas, onde se tornou um dos maiores ídolos do clube.

A missão de Harlei já está em andamento com as negociações envolvendo saídas e chegadas de atletas. O papel do gestor de futebol será crucial para o decorrer do próximo ano, já que o time verde será construído em conjunto com o departamento de futebol e comissão técnica. A esperança de dias melhores no Goiás passa pela gestão e união desses departamentos, que assim como a torcida esmeraldina, já afirmaram que o Goiás precisa dar uma resposta em 2017.