Em entrevista à Sagres, o prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (DEM), afirmou que 86% da população da cidade está vacinada contra a Covid-19 com, pelo menos, duas doses e 91% já tomou a primeira dose. Agora, para “dificultar a transmissão do vírus”, Paulo do Vale disse que aguarda a liberação da vacina para crianças de 5 a 12 anos para poder proteger os pequenos.

“É muito importante que a gente possa vacinar as crianças acima de 5 anos. A partir do ano que vem vamos dar também essa oportunidade para as crianças se protegerem. Então, é uma atitude muito sábia para a gente fechar o cerco contra a Covid-19. Se crianças já estão imunizadas, o vírus não terá um ambiente favorável que possa estar contaminando e transmitindo para outras pessoas. Eu sou a favor, sim, da vacinação das crianças acima de 5 anos”, declarou o prefeito.

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Paulo do Vale detalhou que a cidade tem “cenário favorável”, neste momento, em relação à Covid-19, com diminuição no número de casos e 27 dias sem mortes. “E vamos continuar, sempre em alerta, incentivando e buscando ativamente aqueles que ainda não vacinaram nem com a primeira dose ou a segunda e aumentar o reforço”, frisou.

As festas de fim de ano, em função das reuniões, às vezes, com grupos grandes é uma preocupação para os gestores nessa época. O prefeito de Rio Verde contou que pela situação da cidade, com poucos casos e boa cobertura vacinal, espera que dê tudo certo no Revéillon, sem aumento de casos.

“Estamos monitorando e fizemos uma orientação em relação às festas de final de ano e parece que a população está entendendo e tem se cuidado, usando máscara e mantendo o distanciamento social. Sempre há preocupação nessas ocasiões, onde há aglomerações, mas acredito que vamos ter sucesso”, disse.

Para a variante Darwin da H3N2, outro vírus transmitido pelo ar que tem se espalhado pelo Brasil, Paulo do Vale explicou que a cidade tem um painel viral para identificação da doença e que há uma diminuição de casos nos últimos dias. “Acredito que nos próximos 20 dias vamos ter um controle bem eficaz”, projetou o prefeito que ressaltou que a cidade não registrou mortes pela H3N2 e teve poucos casos de internação.

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Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto:

Confira a entrevista na íntegra:

Jéssica Dias: Houve a confirmação de pacientes com H3N2 em Rio Verde. O município montou alguma estrutura para atendimento desses casos?

Paulo do Vale: O H3N2 hoje é um surto nacional. Começou no Rio de Janeiro, em São Paulo, e hoje todo o Estado de Goiás está com essa síndrome gripal. Desde o início de dezembro, quando identificamos o número de pessoas procurando Unidades Básicas de Saúde com síndrome gripal, nós fizemos um painel viral para identificar a cepa, em que foi identificado o H3N2. E todos esses com síndromes gripais também tinham muita dúvida se poderia ser Covid-19. Também testamos todos esses para Covid, deu negativo. Já estruturamos, hipertrofiamos o atendimento nas Unidades Básicas e nas Unidades de Pronto Atendimento. 

Felizmente não tivemos nenhum caso de óbito por H3N2, e pouquíssimas internações devido a problemas com H3N2. Então, em Rio Verde já está diminuindo essa quantidade de pessoas com síndrome gripal. Acredito que nos próximos 20 dias vamos ter um controle bem eficaz. É o que aconteceu no Rio de Janeiro, foi o primeiro lugar que houve esse surto e você vê uma diminuição bem significativa do número de pessoas acometidas com a síndrome gripal. Temos agora o Réveillon, motivo de aglomeração, que pode ainda refletir na primeira semana de janeiro em aumento do número de casos. Mas Rio Verde está com a estrutura pública atendendo a contento todos os pacientes de síndromes gripais.

Jéssica Dias: O Ministério da Saúde também enviou equipe para apoiar no monitoramento do surto de H3N2 na cidade. Como foi o trabalho dessa equipe?

Paulo do Vale: Rio Verde deu o pontapé inicial com relação a identificar o que estava acontecendo. Então, foi um trabalho de identificação através do painel viral e, com isso, a notificação é feita para o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde, e o Ministério se colocou à disposição para dar um suporte técnico para nossa equipe de Vigilância em Saúde. Então, foi uma parceria das três esferas, que tem funcionado bastante. O Ministério da Saúde colocou todos seus técnicos à disposição e todo o conhecimento para atendimento à população de Rio Verde. 

Rubens Salomão: E como a Prefeitura está planejando esse fim de ano em relação à Covid-19? Fará alguma comemoração ou está tudo cancelado? E qual a expectativa em relação à pandemia?

Paulo do Vale: Rio Verde se preparou para poder fazer o enfrentamento da Covid-19 desde fevereiro de 2020. Construímos nosso Hospital de Campanha com recursos do município, foram 100 leitos, uma UTI bem robusta, com 75 leitos só no Hospital Municipal. Tivemos aquele surto no final de maio e início de junho, quando anoitecemos com 20 casos positivos e amanhecemos com 5,5 mil devido a um surto que houve em uma agroindústria, mas Rio Verde soube lidar com testagem em massa, monitoramento dos casos.

Tivemos a segunda onda, em que foi com essa estrutura que suportamos o atendimento a todos os pacientes de Rio Verde. Iniciamos, em 19 de janeiro, a vacinação. Hoje estamos com 86% da população vacinada com a segunda dose, 91% com a primeira dose, e mais de 31 mil doses de reforço. Nesses últimos 27 dias é que tivemos um óbito da Covid. Então, estamos com 27 dias sem óbitos. Temos uma redução, alguns dias sem novos casos, temos dois pacientes internados em enfermaria. Então, nesse momento, a realidade da Covid-19 aqui é bem animadora, com controle. E vamos continuar, sempre em alerta, incentivando e buscando ativamente aqueles que ainda não vacinaram nem a primeira dose ou a segunda, e aumentar o reforço. Hoje, em Rio verde, a situação está bem tranquila em relação à Covid-19.

A recomendação foi, quando chegou ao final de novembro, a nova cepa [Ômicron], a gente está monitorando. Houve uma preocupação muito grande, uma vez que ela é altamente contagiosa, mas os sintomas são mais leves e reduz muito a gravidade. Estamos monitorando isso aí, fizemos uma orientação em relação às festas de final de ano e parece que a população está entendendo e tem se cuidado, usando máscara, mantendo o distanciamento social. Mas sempre há preocupação nessas ocasiões, onde há aglomerações. Acredito que vamos ter sucesso no Réveillon e isso não vai refletir em aumento de casos em Rio Verde.

Rubens Salomão: A vacinação em Rio Verde está bem acima da média estadual e nacional. O discurso negacionista não pegou na cidade?

Paulo do Vale: Vai muito da filosofia e da atitude do gestor, porque toda a responsabilidade e enfrentamento diante de uma situação sanitária grave como passamos e estamos passando, a única decisão política que tomei naquele momento, como administrador da cidade, foi que a ciência iria nortear as nossas ações, e assim fizemos. Sabemos que uma conquista muito grande que tivemos nessa pandemia foi a rapidez com que os laboratórios e as universidades responderam em construir uma vacina em tempo recorde, isso é ciência. E o empenho, o envolvimento da cidade. 

Nós criamos, além do Comitê de Emergência à Saúde, um Comitê de Emergência Social Econômica frente à Covid-19, onde nós envolvemos todos os segmentos da sociedade. Foi um movimento em que a única política era fazer com que a sociedade participasse, juntamente com o gestor municipal, do enfrentamento. Então, demos todo o apoio para os menos favorecidos, distribuímos mais de 60 mil cestas básicas, demos todo o apoio para o micro e pequeno empresário, aquele empresário individual, disponibilizamos linhas de crédito, toda a sustentação para que a gente pudesse também amenizar a pandemia de forma econômica e social.

E esse envolvimento da comunidade fez com que criasse um sentimento de que se todos estivessem juntos, enfrentando conjuntamente, a gente teria mais sucesso. E foi isso que aconteceu. Nós tivemos aquela lenga lenga do kit milagroso. Quer dizer, nós não adotamos aquilo que a ciência não preconizava. Ao invés de comprar kits milagrosos, nós compramos respiradores, porque sabíamos que o grande problema da pandemia seria o gargalo nas unidades de saúde. Montamos a maior unidade respiratória, de suporte ventilatório, compramos máscaras de alto fluxo, adquiridos com recursos do município, enfim. Nós conduzimos conforme a ciência, o conhecimento nos orientava. 

Eu, como médico, a minha formação foi em cima de ciência, de pesquisa, de resultados científicos, e [agora] não poderia ser diferente. Fazer política com um momento desse não é o correto. A gente tem que colocar as pessoas certas no lugar certo, pessoas com conhecimento para conduzir. Foi o que foi feito em Rio Verde. Com isso, nós fizemos com que a maioria da população ajudasse, uma vez que a gente tinha que manter o distanciamento, o isolamento social, usar máscara, fazer higienização da mão. Então, Rio Verde, mais uma vez, a população se mostrou muito capacitada diante das situações, mostrou uma resiliência muito grande para enfrentar esse grande problema que tivemos em 2020 e 2021. 

Rubens Salomão: Teve muito debate político recentemente em relação à vacinação de crianças menores de 12 anos. Como está essa vacinação em Rio Verde?

Paulo do Vale: Estamos só aguardando a chegada da vacina para que a gente possa dar essa proteção às crianças. Veja bem, o vírus está circulando, diminuiu a circulação entre os que têm acima de 12 anos, mas também entre as crianças o vírus circula. Então, vacinar crianças de 5 a 12 anos, mais uma vez, você vai dificultar a vida desse vírus. É muito importante que a gente possa vacinar as crianças acima de 5 anos. A partir do ano que vem vamos dar também essa oportunidade para as crianças se protegerem. A gente sabe que criança é um portador assintomático, mas pode transmitir para outras pessoas. Então, é uma atitude muito sábia para a gente fechar o cerco contra a Covid-19. Se crianças já estão imunizadas, o vírus não terá um ambiente favorável que possa estar contaminando e transmitindo para outras pessoas. Eu sou a favor, sim, da vacinação das crianças acima de 5 anos.

Rubens Salomão: Qual foi o impacto no setor da economia de Rio Verde nesses dois anos de pandemia?

Paulo do Vale: Nós não fechamos o setor da indústria de transformação em nenhum momento da pandemia. Temos grande agroindústria que são importantes para a produção de alimentos, são setores que não podemos fechar. Então, em momento algum houve fechamento ou restrição para que eles pudessem estar funcionando. É claro que todo o Brasil sentiu essa desaceleração da economia. Não só Rio Verde, mas todo o Centro-Oeste, que é um grande produtor de alimentos, mas Rio Verde foi a terceira cidade que mais gerou emprego durante a pandemia no Brasil. Nos últimos três anos, ficou em 21º lugar como a maior geradora de empregos. 

De janeiro a outubro deste ano, gerou mais de 3 mil novos empregos. Rio Verde é a primeira economia do interior, com participação no Coíndice. Então, saiu agora o ranking para o próximo ano, e para você ter ideia, em 2018, nós éramos em 4º lugar – era Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Rio Verde -, em 2019 nós fomos para o 3º, e agora fomos para o 2º, então é Goiânia a principal participante no Coíndice e Rio Verde o segundo, sendo o primeiro do interior do Estado. O Estado de Goiás, de modo geral, se você ver a arrecadação, aumentou bastante, refletindo a produção, e acredito que em 2022 vai avançar mais ainda.

A repercussão existiu, alguns setores, como de eventos, sofreram por conta da não possibilidade de se aglomerar, mas está retomando de forma bastante robusta essas atividades. Mas os outros setores, nós estamos para colher uma das maiores safras da região do Sudoeste [de Goiás], o clima está ajudando bastante, o preço das commodities também está bastante valorizado no mercado internacional. Hoje temos a plataforma multimodal, a plataforma ferroviária em Rio Verde, que até agora movimentou mais de 2,5 milhões de toneladas de milho e de farelo para o porto de Santos e exportações. A perspectiva para o ano que vem é de que serão mais de 8 milhões de toneladas também transportadas pelo terminal ferroviário de Rio Verde, gerando emprego, renda, agregando valor, e a nossa maior bandeira no município e o maior programa social é a geração de emprego. Então, hoje, Rio Verde está conseguindo sair dessa crise de uma forma bem acelerada. 

Rubens Salomão: Quais as perspectivas políticas para 2022? Como foi para o senhor a chegada de Daniel Vilela e MDB à candidatura do próximo ano?

Paulo do Vale: Isso já foi uma questão superada. É claro que naquele primeiro momento, nós queríamos que mantivesse a união de 2014, quando o então candidato ao Senado e candidato ao governo Iris Rezende, nós fizemos uma união, eu fui candidato a deputado federal, e depois nós trabalhamos para que essa união fosse mantida para a eleição de 2018. Batalhamos muito, fizemos reuniões, mostramos a importância de manter aquela união. Agora, veio o convite de Ronaldo Caiado ao MDB, indicando o vice, que é uma prerrogativa do governador, como é uma prerrogativa do prefeito escolher seu vice, e mostrou que estávamos com a razão. 

Não sei se você lembra, no primeiro aniversário, dia 5 de agosto de 2017, estava presente aqui no palanque de comemoração do aniversário, o Ronaldo Caiado e Daniel, e eu levantei o braço dos dois. Isso aí foi emblemático. O que mostrou com o tempo é que tínhamos razão, que essa fusão vai trazer muitos frutos para o Estado de Goiás. Ronaldo Caiado entrou em um Estado que estava com muita dificuldade financeira, com atraso de pagamento de servidores, sem crédito para comprar uma balinha no boteco da esquina, pagando um serviço da dívida altíssimo inviabilizando a Previdência dos servidores, investimentos em áreas como educação e saúde. 

E ele soube, com toda a sua equipe, fazer essa recuperação fiscal. Foi o primeiro Estado brasileiro, e hoje o Estado tem recursos para investir, principalmente em questões sociais e neste momento em que a mão do Estado e do município tem que ser muito presente, muito forte para atender os mais vulneráveis, criou vários programas sociais que têm ajudado as pessoas mais carentes, investimentos na área de infraestrutura, o Estado avançou muito. Muitos falavam que sem os incentivos fiscais, as empresas sairiam de Goiás, que o empresariado estava… E isso mostrou que todo mundo sentou à mesa, viu a importância de fazer aquelas mudanças nos incentivos fiscais e, pelo contrário, todo dia Goiás tem recebido investimentos de empresas de outros Estados se estabelecendo aqui.

Sobre essas questões, nós temos que estar bem acima, temos que estar desprovidos de vaidade dentro da política, porque o interesse principal não é do político, é das pessoas. Depois de certa idade, que eu tive oportunidade de poder ajudar as pessoas tendo um cargo público, é isso, não podemos ficar… Temos que olhar para frente, para as pessoas, fortalecer o Estado de Goiás, levar Goiás como o melhor Estado para investimento, de qualidade de vida, e é isso que nosso governador Ronaldo Caiado tem como compromisso, um homem reto, honesto, determinado.

Cada um tem seu tempero, todos nós temos defeitos, mas isso aí não pode sobrepor aos interesses públicos. Você analisa as políticas públicas implementadas pelo governador Ronaldo Caiado, que vem de encontro com a necessidade da população.

Ontem, em Rio Verde, nós reunimos mais de 1,7 mil mães, para o Programa Mães de Goiás. Olha que programa fantástico: a criança quando nasce, até os 7 anos de idade, a mãe vai ter um subsídio de R$ 250 por mês para poder alimentar a alimentação da criança. É a fase mais importante, da consolidação do indivíduo, para ele poder ter condições de assimilar mais o conhecimento, a educação. Então, são programas pensados, objetivos e que hoje, através da Recuperação Fiscal, é que o governador vai ter condições de atender às necessidades básicas da população.

Também no setor de infraestrutura. Só na cidade de Rio Verde, o governo do Estado investiu mais de R$ 100 milhões – R$ 40 milhões, só na educação, todas as escolas reformadas, crianças com uniforme, notebook. A escola hoje do Estado de Goiás está conectada com o futuro, como a cidade de Rio Verde está conectada com o futuro, dando oportunidade de formação para esses estudantes. Goiás é o primeiro no Ideb nacional, Rio Verde é o primeiro do Estado nas grandes cidades, no Ideb. São esses investimentos e compromissos, na geração de emprego, no enfrentamento à Covid-19, o que o governo do Estado, da noite para o dia, ter que montar toda uma estrutura para suportar aquela demanda que viria, mais de 1,3 mil leitos de UTI em um curto espaço de tempo. É esse compromisso que nós temos, junto com o MDB de Iris Rezende. 

Então, político não pode ter vaidade. A arma letal para a política é a vaidade. A vaidade que tenho é cuidar bem da responsabilidade que tenho em administrar minha cidade e a população de Rio Verde. 

Rubens Salomão: Algumas lideranças acreditam que Daniel Vilela não agrega e que não deveria ser o vice. O senhor acha que Daniel agrega, sim, na parte de articulação política do governo? 

Paulo do Vale: Respeito meus amigos e cada um tem uma situação diferente no município. Renato de Castro viveu uma situação diferente, foi impedido de ser candidato. Adib foi diferente, e aqui também foi diferente. Agora, o que temos que ver é que não podemos ficar apegados à questão do Daniel. Ele foi indicado pelo MDB, foi feita toda uma prévia dentro dos diretórios. A vinda do MDB é muito bem vista, agrega muito. São, historicamente, duas forças antagônicas que hoje estão juntas para trabalhar por Goiás. Se unindo em favor da população de Goiás e é isso que nos motiva. Agora, se tem alguns problemas locais, isso vai sendo lapidado, resolvido. Tem a questão de Anápolis, Roberto é um baita prefeito, está fazendo um trabalho bom, tem questões políticas, mas isso vai resolvendo. 

Acho que o importante é que Caiado sempre foi um diplomata, sempre soube conduzir de forma muito bem inteligente para fazer essa agregação. Então, acho que no final, o resultado vai ser a reeleição do nosso governador Ronaldo Caiado e que vai continuar esse trabalho muito importante que está sendo feito em Goiás. É o que eu falo, não pode ter vaidade, vamos tocar em frente, vamos fazer nosso trabalho, vamos fazer com que as obras, os benefícios cheguem com qualidade para o cidadão goiano. Eu sou mais técnico que político. A política tem que estar em favor do cidadão. Hoje você tem que diminuir a distância entre o falar e o fazer, eu sou mais o fazer e quem fala depois é a população, se eu fiz bem feito ou não. Sou mais pragmático, não usar da população para fazer o domínio do poder. Eu sou uma pessoa experiente, passei desde a época que tinha 9, 10 anos de idade e veio o AI-5, que colocou a mordaça na boca de todo mundo, depois vieram as Diretas Já, a redemocratização. 

Minha faculdade de Medicina foi na Federal, sempre estudei em escolas públicas, invisto em ensino público de qualidade, nasci com o SUS nas veias. Para mim, é o maior sistema de saúde do mundo e mostrou agora sua eficiência no enfrentamento, com a capilaridade que existe. O Brasil hoje tem 37 mil salas de vacinação. Chegou a vacina e demos uma resposta muito grande vacinando a população. É isso que penso: estamos aqui prestando um serviço, eu sou servidor público e quero fazer o melhor para minha cidade. Eu fiz a opção de colocar meu nome para poder administrar a cidade e a população naquele momento falou: “Paulo do Vale é a pessoa que mais gosta de Rio Verde neste momento, vamos colocá-lo para administrar Rio Verde”, e é o que eu tenho feito, com alegria, motivação, planejamento, metas, usando bem os recursos públicos. É essa a política moderna. Quem põe, quem tira é a população. Fez, deu resultado, a população mantém para continuar trabalhando. É o que vai acontecer com nosso governador Ronaldo Caiado. Ele tem trabalhado pela população de Goiás e ela vai manter ele por mais quatro anos administrando esse Estado maravilhoso. 

Rubens Salomão: O senhor daria apoio para quem na disputa ao Senado em 2022?

Paulo do Vale: Tem o tempo certo para que isso seja definido. Acredito até que tenham candidaturas avulsas, o que é bom para o processo. Estou vendo João Campos, Luiz do Carmo, o Delegado Waldir, Henrique Meirelles, Alexandre Baldy, são todos nomes competentes, de altura para representar o Estado, mas no decorrer de 2022 acredito que vai aglutinar em torno de nomes. Se vierem mais nomes avulsos, ótimo para a democracia, para a disputa, dá mais opção para a população. Então, acredito que no momento certo será feita a melhor escolha.  

Rubens Salomão: E você se candidatará a deputado federal?

Paulo do Vale: Eu fiz o compromisso, na reeleição, de ficar os quatro anos, administrar Rio Verde até 2024, e é isso que vou fazer. Eu não sou carreirista. Você começa como prefeito, faz dois anos e quer sair, já quer ser governador, não. Acho que a população votou em mim para ficar os quatro anos, ser prefeito de Rio Verde. Eu poderia até ter uma oportunidade de sair a candidato federal, a senador, talvez seja o lugar mais de cabeça branca, mas não, eu vou fazer minha administração em Rio Verde. Tem muita coisa ainda para fazer, construir o novo Hospital Universitário, de 340 leitos, a nova sede da Prefeitura de Rio Verde, tem muitas demandas de infraestrutura, Rio Verde está crescendo 3% ao ano, está bem acima da média nacional que é de 0,8%. Olha só os desafios, eu tenho que ter mais metas, mais professores.

Quando entrei na Prefeitura tinha um déficit de 2,5 mil vagas nas creches. Em um mês nós resolvemos isso e hoje tem um superávit de 1 mil vagas. Então, nós trabalhamos sempre além das demandas, porque se nós, neste momento de crescimento, esperarmos a demanda chegar, depois não tem como cercar, correr atrás e fazer as coisas no apressado. Nós trabalhamos dessa forma, quero trabalhar até o final do meu mandato, vamos apoiar, temos um pré-candidato a federal, Lissauer Vieira, temos dois pré-candidatos a estadual, à reeleição de Chico KGL. É isso, cada dia mais trazendo pessoas comprometidas com a população. Portanto, vou ficar os quatro anos aqui. A população não gosta que você abandone um mandato para ser candidato a outro cargo.

Sobre possível candidatura de Gustavo Mendanha:

Paulo do Vale: Gosto muito do meu colega e amigo Gustavo Mendanha, que está fazendo e dando continuidade a um excelente trabalho que Maguito deixou em Aparecida. Acho que não é o momento de Mendanha. Ele tem que terminar o mandato como prefeito, e ele será cobrado pela população de Aparecida, esse é o sentimento que a população – pelo menos em Rio Verde – com relação ao candidato que larga um cargo de prefeito e vai ser candidato a deputado federal, vice-governador ou governador. Espero que Mendanha continue administrando Aparecida até o final do mandato.