(Foto: Luara Ariel) 

Neste sábado (22) o Goiânia enfrenta o Jaraguá no estádio Amintas de Freitas, às 18:00. Com mais um ponto, o Galo volta para a primeira divisão depois de 11 anos, mas como será caso a vaga seja conquistada? A pergunta se faz porque o clube sofre com a falta de estrutura. Durante a disputa da Divisão de Acesso, o elenco não pode treinar na Vila Olímpica por causa das más condições dos gramados. Dessa maneira, o elenco rodou por vários campos e estádios na preparação diária. Treinaram no Antônio Accioly, Aníbal Batista de Toledo, campo da TBC – antiga AGECOM, CT Buriti Sereno, do Goiás, entre outros. O técnico Edson Júnior, entrevistado no programa A Hora do Esporte desta quinta – feira na Rádio Sagres 730, falou sobre o problema, disse que o Goiânia não tem condições de permanecer na primeira divisão com a estrutura atual, e que no começo a diretoria não aceitava a maneira como ele tratava o assunto.

“Não, de forma alguma. Quando eu falei da primeira vez que o campo da Vila Olímpica virou um terrão e que não tinha água, gerou um desconforto inicial, mas eu falei prá diretoria que se a gente esconder os problemas, a gente não vai ter ajuda de ninguém. As pessoas ainda acham que o Goiânia ainda é aquele clube antigo, que promotores ajudavam, outras pessoas também, mas que hoje não ajudam mais. O Goiânia não tem condição de disputar a primeira divisão com a estrutura que tem”, cravou o treinador.

Edson Júnior apontou o que teria de ser melhorado imediatamente na Vila Olímpica para que o Goiânia não sofra tanto na próxima temporada.

“Primeiro o campo de futebol. Tem dois lá na Vila Olímpica que acredito que em dois meses conseguem recupera – los. Precisa também de um vestiário decente, uma sala prá comissão técnica e isolar a Vila apenas para o profissional, porque lá entra todo mundo e você não sabe  quem é quem”, ressaltou.

O treinador acha que um ambiente profissional deve ser criado no clube. Edson Junior revelou que as vezes fica intimidado de chamar a atenção de algum jogador durante uma partida, pois não conseguiu prepara – los adequadamente.  

“Temos que tentar permanecer na primeira, conquistar uma vaga na Série D e criar um ambiente profissional, mas para isso temos que ter investimento maior, para estruturar o clube. Muitos jogos a gente quer exigir, chamar a tenção do atleta, mas tem uma limitação, porque de repente o jogador pode virar e alegar que nós não temos nenhum campo para um treinamento ideal. Como trabalhamos em campos emprestados, as pessoas pedem prá gente não desgastar tanto os gramados, não dá pra fazer um treino específico, temos que preservar os goleiros e isso é muito complicado”.

Quanto a ajuda de dirigentes antigos, como Arione José de Paula, atual presidente executivo e Ebraim Arantes, que ficou muito tempo no comando do clube, Edson Júnior não sabe se contribuíram financeiramente como o atual diretor de futebol Alexandre Godói.

“Não posso afirmar se estão ajudando financeiramente, porque eu convivo diariamente com o diretor de futebol Alexandre Godói. Eu sempre vejo meu supervisor ligando prá ele na tentativa de resolver os problemas diários. Sei que esses dias seu Ebraim (Arantes) ajudou esses dias com uma transferência, em uma viagem também, mas não sei a quantia. Não sei qual o patrocínio e quanto eles arrumaram para o Goiânia. Quem eu vejo sempre é o Alexandre, que paga as contas e mete a mão no bolso como investidor e patrocinador, já que sua marca está no uniforme e nas placas, mas acreditando que dentro do possível todo mundo tá tentando ajudar”, explicou.

Rei do acesso?  

Caso suba com o Goiânia, Edson júnior conquistará seu quinto acesso no futebol goiano. Outros técnicos como júnior Pezão e Nivaldo Lancuna, que também subiram com várias equipes, têm o rótulo de “Rei do acesso”, algo que Edson não faz questão de ser chamado.

“Eu deixo a coroa com eles. É claro que é importante conquistar o objetivo dos clubes que nos contrata. A ideia era título, não deu, agora queremos o vice – campeonato”, finalizou.