O jogo-treino contra o Capital-DF realizado no último sábado (1) finalizou a preparação do Atlético Goianiense para o Campeonato Brasil. Além disso, deu oportunidade para o técnico Vágner Mancini testar a equipe e observar o elenco que tem nas mãos para buscar a permanência na Série A.
Entretanto, apesar de não valer três pontos, a partida foi muito importante para um jogador em especial. Depois de quase quatro anos, o atacante Edson Júnior voltou a balançar as redes ao marcar dois gols diante da equipe do Distrito Federal. O último gol do atleta havia sido no dia 19 de novembro de 2016, quando o Atlético venceu o Sampaio Corrêa na campanha do título da Série B.
“Não tem como nem explicar. Apesar de ser apenas um amistoso, só de estar ali em campo atuando e com os dois gols, é mais gratificante ainda. Ver o apoio dos companheiros dentro de campo, você acaba se emocionando com pequenos detalhes. Passar pelo que eu passei e chegar naquele momento ali já é uma vitória e tanto”, comemorou o atacante em entrevista à repórter Nathália Freitas.
O tempo longe dos gramados é resultado de três lesões no ligamento do joelho, que exigiram três cirurgias: uma na perna direita, duas na esquerda. As recuperações e as contusões de forma seguida impossibilitaram que ele entrasse em campo nos últimos anos, e tivesse que passar a maior parte dos dias no departamento médico.
“O mais difícil não foi machucar, não foi a cirurgia e nem a recuperação. O mais difícil para mim é chegar todo dia no CT, colocar o material para treinar, mas quando chega o horário, o pessoal vai para o campo e você para o departamento médico”, revelou.
Edson Júnior em recuperação no ano de 2018 (Foto: Paulo Marcos/ACG)
Revelado pelo Goiás como um dos principais artilheiros da equipe esmeraldina nas categorias de base, Edson Júnior chegou ao Dragão em 2016, mas só disputou quatro partidas oficiais. Mesmo com uma rotina diferente dos companheiros e com os rumos que a carreira tomou, ele afirma que tirou muitas lições e aprendizados nas dificuldades.
“Eu aprendi muitas coisas, mas uma das mais importante é que devemos valorizar cada momento. Independente se você está treinando, se está no banco ou machucado, ali é seu trabalho e você tem que valorizar. Só de você chegar e ver que tem todo mundo ali ao seu lado, te apoiando e querendo te ajudar, já era de bastante valia para mim”, afirmou.
Depois de anos lutando contra as lesões e agora ensaiando um retorno aos gramados, o atleta se emocionou ao ser questionado sobre qual o presente que ele pediria no momento.
“Eu sempre tive em mente que o meu maior presente seria meu primeiro jogo no retorno. Sempre comentei que não preciso jogar, não preciso entrar no segundo tempo, só preciso estar no banco e na oração. Estou emocionado, mas é algo que me faz falta, estar ali naquele momento pré-jogo, sobe do vestiário, canta o hino e o juiz apita o início da partida. É um momento histórico que marca a vida de qualquer jogador”, disse.
Confira mais trechos da entrevista com o atacante Edson Junior:
Qual das três lesões foi a mais complicada de encarar?
“Realmente foi a primeira, foi um baque muito forte porque nenhum atleta espera passar por isso. Eu lembro o dia que machuquei, foi lá no Estádio Antônio Accioly e na hora que eu caí no chão eu disse que era uma coisa atoa e dava para continuar. Mas quando eu comecei a levantar, pisei no chão, disse que não dava. Quando veio a notícia, que era um caso cirúrgico, deu um baque. Mas eu tive muito apoio dos meus pais, minha família e o pessoal do clube também. A partir da segunda, claro que não deixa de doer, mas você passa a enxergar de uma outra forma”, destacou.
Do que você mais sentiu falta neste período?
“Sinto falta de cada momento. Um dos momentos mais difíceis também eram os jogos fora de casa. Como eu vou todos os dias, o pessoal se apresentava, entrava no ônibus e ia para o aeroporto. Isso também era muito difícil, então você trabalha, trabalha, para chegar novamente ali e estar entre eles”, relembrou Edson Junior.
Edson Júnior já está treinando com os demais companheiros (Foto: Paulo Marcos/ACG)
Recuperado, hoje você estaria 100% para entrar em campo numa partida oficial?
“Hoje eu me sinto muito bem, apesar de ser o começo, foi apenas o segundo amistoso que eu entrei. Eu me sinto bem, mas tenho um pouco de caminho a percorrer. É muito difícil eu voltar a ter mobilidade 100%, mas eu sei que vou conseguir e falta pouco. Hoje eu realmente não consigo jogar 90 minutos porque ainda tenho um caminho a percorrer, então é manter o foco e seguir firme que em breve estarei 100%”, explicou.
Qual é o seu grande sonho?
“Fica meio vago dizer, mas meu maior sonho hoje realmente é pisar num jogo oficial, estar ali na lista e presenciar com meus amigos este retorno”, destacou o atacante que recentemente renovou seu contrato com o Atlético-GO até o fim de 2020.
Assista na íntegra a entrevista da repórter Nathália Freitas com o atacante Edson Junior: