O governo federal, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), oficializou no sábado, 30, o bloqueio de R$ 5,5 bilhões no Orçamento de 2024. A medida, publicada por decreto, afeta principalmente os ministérios da Educação, Cidades e Transportes, que precisarão ajustar suas despesas para cumprir as exigências fiscais.
Esse bloqueio é um mecanismo previsto no novo arcabouço fiscal, que limita o crescimento anual das despesas públicas a 2,5%, corrigido pela inflação. Na prática, os recursos bloqueados ficam indisponíveis para uso durante a execução orçamentária, obrigando os ministérios a reavaliar prioridades.
Os valores bloqueados foram distribuídos entre os ministérios de acordo com a seguinte tabela:
- Ministério da Educação: R$ 1,6 bilhão
- Ministério das Cidades: R$ 1,097 bilhão
- Ministério dos Transportes: R$ 956 milhões
- Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional: R$ 367 milhões
- Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome: R$ 271 milhões
- Ministério de Portos e Aeroportos: R$ 214 milhões
- Ministério da Agricultura e Pecuária: R$ 213 milhões
- Ministério da Defesa: R$ 186 milhões
- Ministério da Previdência Social: R$ 120 milhões
Com R$ 1,6 bilhão bloqueados, o Ministério da Educação enfrenta o maior desafio orçamentário, o que pode impactar programas essenciais. A definição dos projetos afetados deve ocorrer nas próximas semanas, com expectativa de ajustes para minimizar danos às áreas mais sensíveis, como ensino básico e superior.
Bloqueio e contingenciamento
Embora frequentemente confundidos, os conceitos de bloqueio e contingenciamento possuem diferenças importantes:
- Bloqueio: Visa ajustar despesas que excedem o teto fiscal e é mais difícil de ser revertido.
- Contingenciamento: Relaciona-se à frustração de receitas públicas e pode ser flexibilizado quando as receitas se regularizam.
Esse bloqueio difere da revisão estrutural de despesas anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em 27 de novembro. Enquanto o bloqueio é um congelamento pontual de despesas, a revisão de gastos busca mudanças legislativas para conter o crescimento de despesas obrigatórias.
Uma revisão estrutural bem-sucedida pode, idealmente, reduzir a necessidade de bloqueios futuros, equilibrando as contas públicas e promovendo maior eficiência no uso dos recursos.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade
Leia também: