Na tarde da última quinta-feira (16), o presidente do Goiás, Sérgio Rassi, concedeu entrevista de forma exclusiva à Rádio 730 durante o programa Debates Esportivos, onde falou sobre os principais temas que envolvem sua administração à frente do Verdão. Na primeira reportagem, veiculada no Portal 730, o mandatário expôs as dificuldades financeiras do clube e agora, na segunda reportagem, a entrevista priorizará a vida dentro das quatro linhas.

Sérgio Rassi tratou de analisar os recentes fracassos (perda do título do Campeonato Goiano e eliminação mais que precoce na Copa do Brasil), lamentando os ocorridos, mas pedindo foco na sequência da competição:

“Acompanhei a eliminação com muito pesar. Esperávamos que um novo treinador e as mudanças que foram feitas o time reagisse perante a grande frustração que tivemos com a perda do título. Mas não adianta ficar lamuriando o que já passou, agora é focar as atenções totalmente para o Brasileirão. Podemos pensar também que, em compensação, nós teremos no segundo semestre uma competição internacional, a Sul-americana, que pode até ser mais atrativa que a Copa do Brasil. Financeiramente é mais benéfica para nós”.

A maior polêmica de seu mandato até agora é a troca de técnicos, saindo Claudinei Oliveira com 19 jogos, 11 vitórias, 6 empates e duas derrotas, entrando Ricardo Drubsky. Assim, o presidente justificou a escolha feita pela diretoria esmeraldina:

“Decidimos optar pela troca do técnico por causa do que aconteceu no Goianão. Se tivéssemos sido campeões, provavelmente ainda estaríamos com o Claudinei, que é um excelente profissional, mas que, infelizmente, insistia em um esquema tático que não estava dando certo com as características dos jogadores que temos. Não poderíamos perder tempo com essa insistência que não estava frutificando”.

Ele também explica como o nome de Ricardo Drubsky, que havia acabado de chegar ao Paraná e realizado apenas um jogo, foi escolhido para dirigir o time no Brasileirão da Série A:

“A decisão pela contratação do Ricardo Drubsky foi entre eu o Marcelo (Segurado). Tínhamos três opções, que era o Doriva, do Ituano, o Vágner Mancini, que acabou acertando com o Botafogo e o Drubsky, que deu certo com a gente. Quando acertado, ligamos para o Enderson, sabíamos da ligação entre os dois, para pegar as referências do Ricardo e foram as melhores. Ele é um estudioso do futebol, que trata o esporte como uma ciência e se aperfeiçoa em cima disso. Ele tem treinos táticos bastante interessantes, que era uma grande carência com o Claudinei”.

Outro ponto de destaque em 2014 foi a contratação e aposta feita em Carlos Alberto, meia que estava parado há mais de oito meses por conta de uma suspensão por ser pego no antidoping. Três meses após a contratação do meia, Sérgio Rassi, revelou o que pensa sobre o jogador e o seu atual desempenho pelo clube:

“Os últimos tempos do Carlos Alberto não vem sendo muito bons, mas todo mundo tem direito a segunda chance. Ele nos pediu isso e fomos convencidos que valia a pena, porque capacidade para jogar bola ele tem. Claro que isso depende muito dele, com o envolvimento do próprio atleta, e me parece que ele vinha tendo isso. Agora ele precisa de uma sequência de jogos, coisa que ainda não teve. Mas o tempo é cruel para todos, se ele não começar a mostrar para o que veio teremos que pensar em outras possibilidades”.

Ele falou também sobre a possibilidade de renovar ou não com o Araújo e a chegada de novos nomes para compor o elenco do Goiás:

“Há duas questões envolvendo essa renovação: Uma drástica redução do salário, que hoje é muito alto, e a opinião do novo treinador. Quanto aos reforços, estive conversando com o presidente do Grêmio e também do Fluminense durante as eleições para o presidente da CBF, e eles, entendendo essa situação difícil que passamos, e ambos colocaram à disposição do Goiás atletas de bom nível e que não estão sendo utilizados no elenco deles. Essa lista vai ser passada e discutida com o Ricardo”.

Responsável por montar o time, Marcelo Segurado também vem sendo questionado, porém, o presidente garante sua permanência e revela que não quer permanecer por muito tempo no cargo executivo do Verdão:

“O Marcelo Segurado é um diretor completamente íntegro. Não tem esquemas para contratação de jogadores, não tem percentual de atletas e de nenhuma transação. Além disso, abdicou de sua profissão para se tornar diretor em troca de um salário humilde. Acho muito injusto as críticas a ele. Lógico que ele paga pelo ônus de não ter uma experiência vasta no futebol, mas ele compensa isso com princípios morais e total dedicação. Não há possibilidade dele ser demitido, o que pode acontecer é ele ter um auxiliar para dividir as responsabilidades”.

“Não ficarei muito tempo nessa função. Como eu já disse, acho que o clube deve ser gerido por uma pessoal competente na área administrativa, na área jurídica, que tenha dedicação total e exclusiva, trabalhando de forma assalariada e precisando atingir metas. Tudo que eu tenho pelo Goiás é um amor muito grande, uma vontade enorme de ajudar e fazer com que ele cresça. Em detrimento da minha profissão e de acreditar que essa maneira que hoje administramos o Goiás é arcaica, não acredito que ficarei muito tempo no clube”.