Em Goiás, 600 mil pessoas não tomaram a 2ª dose da vacina contra Covid, afirma superintendente

O Estado de Goiás se aproxima de atingir 5 milhões de pessoas vacinadas contra a Covid-19. Segundo dados do vacinômetro disponibilizado pela Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), 4.943.266 pessoas já foram imunizadas, pelo menos, com a 1ª dose. Em relação à 2ª dose ou à dose única, são 3.006.893 moradores de Goiás que já tomaram e completaram o esquema vacinal.

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Em entrevista à Sagres, nesta segunda-feira (18), a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás (Suvisa), Flúvia Amorim, afirmou que esses números poderiam ser melhores, uma vez que 600 mil pessoas estão com a segunda dose atrasada, ou seja, ainda não foram imunizados completamente. “Nos traz preocupação esse contingente de pessoas deixando de se vacinar”, declarou.

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A superintendente destacou os resultados que Goiás tem tido com a vacinação, como a diminuição de casos de Covid-19 e mortes provocadas pela doença. A título de comparação, Flúvia lembrou que no auge da pandemia o Estado chegou a ter, em um só dia, 900 pedidos de internação em Unidade de Terapia Intensivo (UTI). Atualmente, a média é de sete pedidos por dia.

“A gente está numa fase com aumento de número de pessoas vacinadas, mas é importante que as pessoas entendam que ainda não temos um percentual seguro para falar, por exemplo, que está sob controle”, pontuou a superintendente ao explicar que o índice de vacinados, atualmente em 42,85%, precisa chegar a 80%, para que comece a se pensar na possibilidade de retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais abertos.

Outro ponto que reforça a importância da vacina é a proliferação da variante Delta no Estado. A cepa, comprovadamente mais transmissível, caminha para se tornar dominante em Goiás, mas sem a mesma mortalidade da Gama, causadora do pico da 2ª onda da Covid quando a vacinação ainda não estava avançada. “A gente está conseguindo manter esse controle, graças à vacina”, afirmou Flúvia.

Multivacinação

No último sábado (16), Goiás realizou uma campanha de multivacinação para aumentar a cobertura vacinal de crianças e adolescentes contra doenças como sarampo e paralisia infantil. A superintendente lamentou, porém, a baixa procura, pois em todo o Estado, apenas 6 mil doses de vacinas foram aplicadas.

“Para se ter uma ideia, nós temos vacinas que a cobertura está em 50%, 40%, sendo que o ideal é 90%. No final deste mês de outubro, a gente reavalia todas as pessoas, as crianças e adolescentes que foram vacinadas para ver o quanto a cobertura aumentou”, explicou a superintendente.

Para Flúvia, além da pandemia da Covid-19, que distanciou as pessoas dos postos de saúde e, consequentemente, das salas de vacinação, as campanhas antivacinas cresceram no Brasil, com a divulgação de fake news sobre os imunizantes. “A gente viu isso acontecer com muita força na época da campanha do sarampo que a gente fez antes da pandemia. A gente viu isso acontecer também com a vacina HPV para adolescentes. Hoje, a comunicação ocorre de forma muito rápida, isso é bom, mas as notícias falsas também vão muito rapidamente e, infelizmente, muitas pessoas acreditam nessas informações recebidas e deixam de vacinar”.

Flúvia deixou claro que é preciso impedir que o número de pessoas contra a vacina aumente, porque o Brasil sempre foi destaque mundial quando se trata de realização de campanhas de vacinação e capilaridade de imunização. “Apesar da interferência das fake news, ainda somos um país que tem uma boa adesão à vacina, e a gente não pode deixar que isso se perca, porque não é só uma questão individual, é coletiva”, alertou a superintendente.

Assista à entrevista no Sagres Sinal Aberto: