Nos primeiros oito meses de implementação do programa PSA Mar Sem Lixo, 73 pescadores conseguiram recolher mais de duas toneladas de lixo marinho. Entre os materiais frequentemente encontrados, 90,7% são plásticos, correspondendo a 70% do peso total recolhido. Sacolas de supermercado e embalagens estão entre os itens mais coletados. Além disso, também são encontradas com frequência latas de bebidas, vidros, pneus e tecidos.

Essa iniciativa é uma parceria entre a Fundação Florestal (FF) e a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo. O projeto estabelece uma forma de remuneração por meio de um cartão-alimentação, com valores que podem chegar a R$ 600, para os pescadores que operam nos municípios de Cananéia, Itanhaém e Ubatuba, abrangendo as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Marítimas do Litoral Sul, Litoral Centro e Litoral Norte.

Diversas instituições participam do projeto como parceiras, incluindo o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e a Coordenadoria de Educação Ambiental (CEA). Além disso, as colônias, associações de pescadores e cooperativas de catadores também estão envolvidas nessa iniciativa.

Responsabilidade social

A preservação dos oceanos é uma responsabilidade que cabe a todos nós. O equilíbrio ecológico do nosso planeta depende de um ecossistema marinho saudável e preservado. Para os pescadores, que dependem diretamente do mar para sua subsistência, essa responsabilidade assume um peso ainda maior. É com base nessa ideia que o projeto PSA Mar Sem Lixo foi criado, incentivando a remoção de resíduos sólidos do ambiente marinho, que são acidentalmente capturados durante a pesca artesanal, e compensando os pescadores por esse serviço ambiental.

Além dos danos ao meio ambiente, o lixo presente nos oceanos também representa riscos para a saúde, devido à liberação de substâncias químicas que se acumulam progressivamente nas cadeias alimentares. Essas substâncias contaminam mexilhões, ostras e outros animais marinhos que, por sua vez, são consumidos pelos seres humanos.

No último mês, a Fundação Florestal reabriu o processo de cadastramento de novos pescadores interessados em participar do projeto. Aqueles que desejam se inscrever devem procurar as APAs Marinhas ou acessar o link fornecido. O prazo para o cadastramento permanecerá aberto até dezembro de 2023.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis

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