O médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, foi preso na manhã desta quinta-feira (26) em Anápolis, após pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO). A denúncia por estupro de vulnerável contra oito mulheres, na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, foi formalizada em 13 de agosto deste mês.

João de Deus cumpria pena em casa, pois foi liberado em março de 2020 para prisão domiciliar, em função da pandemia da Covid-19, por ser do grupo de risco da doença causada pelo Sars-CoV 2. Antes, o médium estava preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde foi detido em dezembro de 2018.

Em nota, a defesa de João de Deus afirmou que recebeu a notícia da prisão com “espanto e estarrecida pela flagrante ilegalidade” do procedimento. A defesa afirma ainda que irá recorrer.

Processos
João Teixeira de Faria ainda responde a mais de uma dezena de ações ainda não sentenciadas. Até agora, ele já foi condenado em 3 anos de reclusão em processo referente a posse ilegal de arma de fogo e a 19 anos e 4 meses de reclusão, em ação de violação sexual e estupro de vulnerável. No processo referente aos estupros cometidos contra cinco mulheres, ele foi condenado a 40 anos de prisão. Todas as condenações estão em fase de recurso no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.

Leia a nota na íntegra:

“Concernente à concessão prisão do médium João Teixeira de Faria ocorrida na data de hoje( 26/08/2021), a defesa recebeu a notícia com espanto e se mostra estarrecida diante da flagrante ilegalidade da nova prisão, pois a decisão advinda da Comarca de Abadiânia atropelou conscientemente a outra decisão proferida anteriormente pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás que havia concedido prisão domiciliar humanitária ao Requerente em 11 de maio de 2021, à unanimidade de votos, lastreada nas diversas doenças que médium possui e também por ter mais de 80 anos.

A despeito disso, a defesa irá recorrer, mas considera temerária a decisão que determinou o retorno do Requerente para a prisão, especialmente por tratar-se de idoso com mais de 80 anos idade e reconhecidamente doente, situação que se agrava porque estamos em meio a uma pandemia da COVID-19, onde todos sabem que idosos, mesmo completando o processo vacinal, fazem parte do grupo de risco. Joao Teixeira de Faria aguarda os tramites legais e após será recolhido no cárcere. Durante o período em que esteve sob as condições da prisão domiciliar cumpriu com todas as determinações da Justiça, não havendo motivação para que medida tão extrema fosse aplicada nesse momento”.