Biólogos e veterinários estão conduzindo uma varredura intensiva para avaliar os danos causados pelo fogo na fauna do Pantanal. Em meio ao cenário devastado, uma jararaca procurava abrigo embaixo de um carro, enquanto emas vasculham o solo acinzentado em busca de alimento.

“Os animais estão com o escore corporal ok, não apresentam características de queimadura. Então, eles já estão sofrendo o estresse da pressão ambiental do incêndio florestal. Quando você tenta usar da técnica, por exemplo, de afugentamento, ao invés de remover ele dá área onde está acontecendo o incêndio, você pode empurra-lo para a área de incêndio”, diz Paula Helena Santa Rita, bióloga e médica veterinária.

Uma sucuri morreu tentando escapar das chamas, assim como um jacaré. “Infelizmente, essas espécies são as mais afetadas devido às suas características que não tem uma locomoção muito rápida. Então, muitas vezes, eles não conseguem escapar dos incêndios”, explica Sérgio Barreto, biólogo Instituto Homem Pantaneiro.

Instituições

Diversas instituições, incluindo o Ibama, o Instituto Homem Pantaneiro e várias universidades, formaram um grupo especializado em atender animais silvestres tanto no Cerrado quanto no Pantanal. Devido ao fogo que consome o bioma, esses profissionais estão focados na localização e no resgate de animais debilitados que necessitam de assistência urgente.

“Ver se esse animal precisa de alguma remoção. Mas, primeiramente, ver o que está acontecendo com o animal. Se ele está bem, se ele está se locomovendo. Caso tenha alguma debilitação dele, esteja muito machucado, é feita a remoção desse animal com todo aporte dos veterinários, dos biólogos, para o CRAS em Campo Grande”, fala o biólogo Wener Hugo Arruda Moreno.

Drones são utilizados para capturar imagens aéreas do Pantanal, revelando a extensão dos danos. No primeiro dia de buscas, foram encontrados muitos animais mortos, aumentando a preocupação dos especialistas.

“A gente já consegue perceber que essas espécies acabaram se espantando com o fogo e acabaram saindo daqui. A gente não tá conseguindo visualizar. Com essa deslocação dessas espécies, elas podem acabar enfrentando por território. Então, isso pode gerar um problema futuro”, conta a médica veterinária Mariana Queiroz.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 15 – Vida Terrestre

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