“Ligadão com você e com Goiânia. Uma felicidade. Assim o Cunha Filho, peito de aço, o melhor gol do Brasil, abria as suas transmissões em rádio. Um dos maiores narradores do rádio esportivo brasileiro, de um gol invejável.”

Com essas palavras do peito de aço o apresentador Wendell Pasquetto abriu a Hora do Esporte desta quinta-feira (28), dia em que amigos, companheiros e ouvintes se despediram de Senando Cunha Filho, que faleceu aos 66 anos.

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O jornalista José Carlos Lopes se emocionou ao lembrar das jornadas ao lado do companheiro Cunha Filho.”Foram tantas jornadas juntos. Tivemos o prazer de trabalhar em várias emissoras, grande eventos nacionais e internacionais. Tive o prazer de acompanhar o Cunha Filho em vários desses eventos esportivos. Foi um narrador brilhante, vibrante, alegre. Vou sentir muito a passagem desse grande companheiro”, disse. Assista às homenagens a seguir na Hora do Esporte

O ex-jogador e comentarista da Sagres, Carlos Eduardo Tim, recordou os tempos em que ligava o rádio para ouvir o peito de aço.

“Ele narrava demais, narrava muito, uma voz potente e forte, e como emocionava a gente. Eu, quando não jogava, ficava sempre ligado acompanhando, ouvindo. Cunha era fantástico naquilo que fazia. Depois, com o tempo, tive o prazer de conhecer a pessoa do Cunha Filho, uma pessoa extremamente simples e correta em tudo”, relatou.

O jornalista Charlie Pereira fez questão de lembrar os momentos de alegria e de brincadeiras com o companheiro Cunha Filho. “Tive a honra de trabalhar com ele, um locutor fantástico, um dos grandes nomes de todos os tempos da nossa crônica. Cunha era uma pessoa sempre muito reservada. Eu conseguia vez ou outra dar uma quebrada nesse gelo, brincando com ele. Ele tinha todo um estilo, não gostava de resenha. Ele saía do estúdio e ia para o carro numa rapidez. Nós já sabíamos disso, ficávamos do lado de fora do estúdio esperando ele passar”, recordou.

O narrador Ronair Mendes lembrou a saudade que Cunha Filho deixa aos torcedores goianos. “Era uma pessoa de grande coração, muito amigo, alegre. Um cara que saiu lá do interior do Tocantins, veio para Goiânia, venceu. Um locutor extremamente vibrante, marcante, que deixa sua marca no coração da galera do Vila Nova, do Goiânia, do Atlético-GO, do Goiás, do torcedor goiano”, disse.

Amigo desde os tempos de Rádio Clube de Goiânia, o narrador Edson Rodrigues se entristeceu na última despedida a Cunha Filho, mas não deixou de recordar os momentos marcantes ao lado do peito de aço.

“Recordo-me que na Rádio Clube de Goiânia, no Setor Universitário, a gente apresentava programa, e quando o programa começava, a gente começava a sorrir. Inclusive era colocada uma placa de isopor entre nós dois para a gente não olhar um para a cara do outro. Uma amizade extraordinária”, concluiu.

Cunha Filho lutou durante 30 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), ficou em coma e respirando por aparelhos. O corpo do narrador foi velado e sepultado no cemitério Parque Memorial em Goiânia nesta quinta-feira (28).