Quando o assunto é gastronomia, Goiás é a terra da pamonha, da galinhada, do frango com guariroba ou caipira. Mas e o enroladinho de queijo? Na sua opinião, ele é ou não é um patrimônio da culinária goiana?
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A Sagres foi às ruas da capital ouvir quem entende do assunto: o povo. “É esquisito, mas eu relaciono mais o pão de queijo ao goiano do que o enroladinho”, diz a estudante Marjoriê Gondim.
O Victor Marcelo, que nasceu no estado do Rio de Janeiro, mas mora em Goiânia desde o início do ano, diz que nunca ouviu falar do enroladinho na terra natal. “Lá não tem enroladinho de queijo, não. Tem de presunto e queijo, mas de queijo só, não”, afirma.
A Maria Clara, porém, tem certeza de que o queridinho dos cafés da manhã e do lanche da tarde é mesmo aqui da nossa terrinha. “O enroladinho de queijo é goiano. Nunca vi vendendo em outro lugar e tem em todas as padarias por aqui”, confirma a estudante.
Fácil de encontrar
Uma coisa, contudo, é certa. Em qualquer padaria, banquinha de rua e até supermercado tem o queridinho, de vários tamanhos. A nossa equipe foi até uma famosa lanchonete localizada na Rua 4, no Centro de Goiânia. A receita do enroladinho no estabelecimento é de família, e tem mais de 30 anos.
“A gente trabalha sempre com a massa fresca do dia. Trabalhamos com o queijo muçarela, um queijo muito bom de liga, saboroso”, conta o proprietário Gustavo Estrela. “Existe um ponto certo para assar e também passar aquele meladinho com coco e chegar até o cliente. Isso é fundamental”, complementa.
Além disso, na produção, quem cuida para que todo enroladinho saia perfeito é o Afonso. É dele o capricho com o meladinho de leite condensado e a chuva de coco ralado na finalização de cada salgado. Ou seria doce? No forno, eles ficam por cerca de 10 minutos.
Entretanto, quando a fornada chega no balcão, a mágica acontece. Acaba rapidinho. Quem realiza o atendimento no balcão há 27 anos, não tem dúvidas. “Quentinho é que o enroladinho é saboroso, o queijinho sai derretendo. É o melhor de Goiânia”, assegura Odílio Ferreira da Silva.
“Desde quando comecei a trabalhar aqui no Centro, a gente conheceu a Esfiha Quente e já vem há muitos dias, trazendo amigos. Para o melhor salgado é o daqui”, diz Christian Tales, cliente da lanchonete.
Quem resiste?
Além do enroladinho tradicional, a lanchonete conta com uma exclusividade. É o canelado, com uma casquinha doce irresistível. “É um enroladinho frito, passado na canela com açúcar, e bem recheado”, descreve Gustavo Estrela.
Na lanchonete do Gustavo, o carro-chefe são as esfihas de carne e de frango. Nesse sentido, são vendidas cerca de 500 todos os dias. O enroladinho de queijo vem logo depois, com cerca de 300 unidades comercializadas diariamente. Não sobra nenhum.
Vai ficar aí resistindo ao enroladinho de queijo de Goiás? Até que se prove o contrário, é uma iguaria para chamar de nossa.
*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 09 – Indústria, Inovação e Infraestrutura
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