Aos poucos, estados municípios anunciam regras para o retorno dos alunos às aulas presenciais durante a pandemia de Covid-19. Mas o que diz a ciência sobre esta retomada?

Em entrevista à Sagres TV, a epidemiologista da Universidade Federal de Goiás (UFG), Érika Silveira, afirma que o Brasil vive um cenário diferente de regiões como a Europa, que retomaram as atividades, mas tiveram que fechar as portas novamente em razão de uma segunda onda do vírus.

“Na Europa estão vivendo o início de uma segunda onda. Aqui nós estamos ainda na primeira onda, começando a reduzir os números de casos. Desde a última semana de agosto, o número de casos e óbitos vem reduzindo aqui no estado de Goiás”, afirma.

Um índice determinante para a decisão que retoma as aulas presenciais em Goiás é a taxa de transmissão do novo coronavírus no estado, inferior a 1. No entanto, Érika Silveira reforça que não pode haver relaxamento das regras que evitam a disseminação do vírus, como o uso de máscara, álcool em gel e o distanciamento de 1,5 metro.

“Isso já nos dá uma segurança para se reabrir as escolas, desde que todos os protocolos de segurança sejam seguidos, tanto por parte dos funcionários, professores, gestores e diretores da escola, como também é muito importante que os pais ajudem também a orientar as crianças e adolescentes. A gente está voltando às aulas, mas não é mais a vida como era antes. Tem que manter um distanciamento dentro da escola, não pode abraçar o coleguinha, não pode correr para abraçar a professora”, analisa.

Érika Silveira reforça os cuidados que crianças e adolescentes deverão ter no retorno às suas casas após as aulas presenciais, especialmente com integrantes dos grupos de risco, como os idosos.

“Por mais que a ocorrência de casos de Covid-19 em crianças seja bem baixa, as crianças e adolescentes são veículos de transmissão, de levar esse vírus para outras pessoas, principalmente para dentro das famílias. Agora, quando essas crianças e adolescentes retornarem para casa, lembrar também de tirar o calçado antes de entrar em casa, porque a sola do sapato pode ser fonte de contaminação, ir direto tomar um banho, tirar aquela roupa que veio da rua, da escola, lavar, e evitar ficar com os familiares abraçando e beijando principalmente se tiverem avós que morem junto, na mesma casa”, pontua.

Assista à entrevista a seguir no STM #136