Muita gente gosta de passar o tempo livre nas redes sociais acompanhando notícias, fotos de amigos e principalmente os memes. Um bom meme precisa ter humor e está conectado com o que está acontecendo no dia a dia dos usuários. Eles podem ser fotos, gifs ou até vídeos com um conteúdo divertido e a gente costuma gastar horas assistindo e mandando para os amigos. Os memes são apontados por pesquisadores como um novo gênero textual da era digital.

Mas já imaginou como pode ser construtivo unir os memes com o aprendizado?  Essa ideia foi colocada em prática por um professor de geografia, o Paulo Alberto Lobão. O docente explica que a linguagem mimética é muito usada no dia a dia e tem sido cada vez mais abordada em vestibulares e concursos públicos. 

“A gente trabalha um assunto que é muito importante como atualidades e geopolítica trazendo essa linguagem que chega até eles de forma natural no Whatsapp, Instagram e Twitter e assim conseguimos trazer conhecimento. Estamos falando a linguagem do jovem e isso é muito importante”, comentou o professor.

Era da tecnologia

Hoje estamos na era da tecnologia com fácil acesso a internet e redes sociais. Os professores se desdobram para conseguir prender a atenção do jovem e ensinar o conteúdo em sala de aula. Mas quando o professor começou a usar os memes para explicar a matéria, logo percebeu o engajamento dos estudantes aumentando.  

Isabella Vieira estudante, 16 anos, durante uma aula usando memes como ferramenta de ensino (Foto: Palloma Rabêllo)

A estudante, de 16 anos, Isabella Vieira conta que gostou bastante desse novo jeito de ensinar. A adolescente percebe que depois que essa metodologia foi implantada em sala de aula ficou mais fácil entender e lembrar do que foi ensinado.

“Eu acho que é uma forma muito mais interativa da gente aprender, por ser algo que temos no nosso cotidiano de se tornar menos cansativo”, conta Isabella.

Assim como a Isabella, o estudante João Marcos Nunes, de 17 anos, também gosta da metodologia usada pelo professor de geografia. O estudante reconhece os benefícios dessa prática, segundo ele é mais fácil aprender com memes devido à linguagem simplificada que é usada. 

“Eu acho muito legal, ainda mais porque nós temos contato com tecnologia e internet todos os dias. É uma forma da gente aprender mais, já que estamos mais acostumados com isso”, explica.

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O estudante João Marcos Nunes, de 17 anos (Foto: Palloma Rabêllo)

Memes como instrumento de ensino 

Antes os professores competiam com os celulares pela atenção dos alunos. Até que perceberam que poderiam usar a ferramenta como uma aliada. O professor  Paulo Alberto Lobão lembra que sempre foi um professor diferente, por trazer para a sala de aula as redes sociais.

“Eu trabalho dessa forma há muito tempo, usando pagina do orkut, blogs, Fanpage no Facebook e um canal do youtube. Sempre buscando atrair o aluno com as redes sociais para trabalhar um assunto que é importante que eles aprendam”, ressalta. 

Essa forma criativa, interativa e diferente de dar aula, faz com que os alunos interajam mais e fiquem atentos a cada detalhe do conteúdo. O estudante Carlos Eduardo Santos, de 17 anos, acha a forma tradicional de ensinar ultrapassada.

“Eu aprendo bem mais dessa forma, porque usar a tecnologia e ter aulas mais leves ajuda a aproximar o professor. Além disso, a gente chega muito cedo e ter aulas sempre da mesma forma faz com que o interesse diminua”, pontua o jovem.

Beatriz, estudante de 17 anos, em uma das suas aulas preferidas (Foto: Palloma Rabêllo)

A Beatriz Sousa,  de 17 anos, conta que essa é uma das suas aulas preferidas. A metodologia faz com que ela fique mais atenta, aprenda o conteúdo com mais facilidade e participe ativamente da aula. 

“Eu gosto e acho que são bem mais atrativas que as demais aulas. Isso acontece porque são coisas do nosso cotidiano que estão no nosso ambiente e nas redes sociais. Me ajuda a focar mais e a dinâmica fica melhor também”, conta a jovem. 

Meme e Enem 

Os alunos do ensino médio estão se preparando para fazer o Enem e já sabem como essa aula pode ajudar na hora de fazer a prova. Os adolescentes ainda esperam que outros alunos tenham a oportunidade de aprender dessa forma mais descontraída. 

“Muitas dessas aulas a gente pode usar como repertório na hora de fazer a redação. É algo muito mais prático, é uma ação cotidiana que a gente pode acrescentar para deixar o texto mais rico e detalhado”, explica a Isabella.

O estudante Carlos Eduardo Santos aluno do 3° ano do ensino médio (Foto: Palloma Rabêllo)

O Carlos Eduardo Santos, gostou tanto da experiência e dos benefícios que percebeu depois de participar das aulas que acredita que mais alunos deveriam ter a oportunidade de participar desse momento e que a metodologia deveria se estender para mais disciplinas.

“Já está na hora de deixar aquele método clássico para trás, hoje nós temos muitas ferramentas para nos ajudar”, finaliza.

O tema integra o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), ODS 4 – Educação de Qualidade

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