Os livros também podem ser instrumentos de representatividade. No Brasil, duas escolas públicas usam esse entendimento para promover ações de conscientização e identificação entre os próprios alunos. 

Nesse sentido, alunos da Escola Estadual Professor Andronico de Mello, em São Paulo (SP), criaram uma iniciativa para arrecadar livros escritos por autores negros, além de promoverem palestras e oficinas com temáticas antirracistas.

Até o momento, cerca de 200 obras já entraram para o acervo de títulos na biblioteca da instituição.

Longe de São Paulo, no interior do Maranhão, alunos da Escola Municipal Julieta Quintal, também promovem a construção de uma biblioteca antirracista, sobretudo, por meio da inclusão de mediações e todas de conversa.

Dinâmica

Em São Paulo, além do incentivo à leitura, o projeto também visa estimular outras fontes para o repertório cultural dos estudantes. Para isso, a escola criou uma competição.

As turmas precisam se engajar para conseguir doações de livros, desde que alinhados às temáticas antirracistas e de valorização da cultura indígena. Como prêmio, os alunos ganham uma ida ao Teatro.

Além disso, uma própria escala de pontuação faz parte da dinâmica. Para cada livro arrecadado, o grupo ganha 10 pontos. Nos casos em que conseguem oficinas ou palestras, garantem 150 pontos.

Entre as 200 obras, nomes variados aparecem. Alguns exemplos são Achille Mbembe, filósofo e escritor nascido em Camarões; Djamila Ribeiro, escritora brasileira e autora do bestseller “Pequeno manual antirracista”.

A inauguração da biblioteca na escola irá acontecer no fim do ano, mas já tem nome definido: Marielle Franco. Segundo Júlia, aluna integrante do projeo, a escolha do nome é resultado de uma votação, motivado pela representatividade de Marielle na luta antirracista.

Construção

Na Escola Municipal Julieta Quintal, em Açailândia (MA), além da construção de uma biblioteca antirracista, ocorre uma formação de professores para a abordagem das temáticas.
O projeto Cultura Afro – Conhecer para libertar integra alunos e professores para promoção de rodas de leitura, seminários e discussões das obras selecionadas.

“Nós atuamos como mediadores e discutimos ao longo da leitura o preconceito, as leis e a literatura”, conta Raimunda Campos de Oliveira, uma das mediadoras.

Entre as obras selecionadas, estão nomes como Maria Firmina, Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Bianca Santana e Machado de Assis.

*Com informações do Centro de Referências em Educação Integral

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 4 – Educação de Qualidade.

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