Antes mesmo da bola começar a rolar no Catar, a seleção francesa não teve uma jornada fácil até o emirado. Além do desempenho recente abaixo da expectativa, com apenas uma vitória em um jogo competitivo no ano, e quase rebaixada na Liga das Nações, a atual campeã do mundo foi o grupo mais afetado pelas lesões pré-Copa.

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Mike Maignan, N’Golo Kanté, Paul Pogba, Presnel Kimpembe, Christopher Nkunku e Karim Benzema, seis desfalques de peso para Didier Deschamps. Dos seis, três titulares absolutos. Os outros três, principais alternativas para suas posições. Em meio a isso, muitas críticas e dúvidas sobre a lista e as escolhas do selecionador francês.

No terceiro dia do Mundial do Catar, justamente o dia de estreia da França no torneio, os primeiros resultados deixaram um ar de suspeição para o duelo que estava por vir no estádio Al Janoub. De início, a surpreendente derrota da Argentina para a Arábia Saudita. Na sequência, o amargo empate da Dinamarca com a Tunísia.

E quando a bola rolou em Al Wakrah, a Austrália chocou todos quando Craig Goodwin apareceu livre na segunda trave para completar cruzamento de Mathew Leckie. Jogada protagonizada com falhas dos laterais franceses, Benjamin Pavard e Lucas Hernández, duas das várias escolhas questionáveis de Deschamps.

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No time de Kylian Mbappé, coube a Adrien Rabiot, outro titular contestado, trazer calmaria diante da tempestade. Quis o destino que o milanista Theo Hernández, que substituiu o irmão mais velho, Lucas – lesionado no gol australiano -, e considerado um dos melhores laterais do mundo, mas reserva na equipe francesa, servisse o rival juventino.

Se o empate saiu da cabeça de Rabiot, a virada nasceu dos pés do volante, que forçou erro na saída de bola da Austrália para assistir Olivier Giroud. O centroavante do Milan, o camisa 9 francês no título mundial de 2018, superou a seca de gols da Rússia logo de cara. Justamente ele, o substituto do ‘Bola de Ouro’ Benzema.

Com a virada construída em menos de cinco minutos, a França enfim assumiu o controle e não voltou a ser ameaçada pela Austrália, que sequer chutou na etapa final. Vantagem assegurada com o primeiro gol de Mbappé no Catar, enquanto Giroud completou a goleada para empatar com Thierry Henry na artilharia da seleção francesa, com 51 gols.

Apesar de ter passado em branco nos quatro gols dos Bleus, talvez Antoine Griezmann tenha sido o melhor em campo. Líder técnico do selecionado francês, sua leitura de jogo e liderança mental foram decisivas para manter o time sob controle após o susto inicial. Diante de tantas dúvidas, Deschamps mais uma vez superou as críticas.