Na semana do clássico contra o Goiás, válido pela 12ª rodada do Brasileirão Série B, o presidente do Vila Nova, Gutemberg Veronez, concedeu entrevista exclusiva ao repórter Juliano Moreira e falou sobre diversos temas.

Além da expectativa para o clássico, Guto falou sobre patrocínio, reforma no Onésio Brasileiro Alvarenga, problemas internos do clube colorado, divisão de cotas e “bicho” para jogadores. Acompanhe os principais temas abordados na entrevista e, escute a entrevista completa abaixo:

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Clássico contra o Goiás

“Jogo super importante. Divisor de águas para a gente no campeonato. Uma vitória coloca a gente na briga e uma derrota pode fazer pairar uma crise. Isso é normal no futebol, quando se tem um derby, um clássico”.

“Se nós ganharmos, não seremos o melhor time do campeonato. Da mesma forma, se, porventura, a gente tropeçar, também não seremos o pior time do campeonato. Existe uma diferença absurda financeiramente dos dois times e isso é fato. Mas, o Vila sempre conseguiu bons resultados na base da superação e não tenho duvidas que não faltará isso no jogo de sábado”.

Cabeça baixa contra o rival Goiás?

“É um senso comum, que até a própria imprensa tenta chancelar como verdade. Nós não temos responsabilidade com histórico, com o passado. Existe uma diferença enorme em prol do nosso rival, mas cada jogo é uma decisão para nós aqui do Vila e vamos jogar para ganhar”.

Grande patrocinador nacional

“É um conjunto de situações que sempre desfavoreceram o Vila. Em 73 anos, nunca tivemos a Certidão (Negativa de débito) e agora nós temos. Estamos trabalhando, com uma captadora de recursos federais. Não conseguimos resolver todos os problemas do Vila em uma única gestão, em um único ano. Estamos deixando sementes e, com certeza, num futuro próximo, o Vila estará colhendo os frutos. Falta um Jovair (Arantes, deputado federal, que faz parte da diretoria do Atlético) para o Vila Nova. Ele faz um trabalho excepcional no Atlético.

OBA

“Todos os vilanovenses estão ansiosos para que essa situação seja resolvida. Semana que vem devemos ter a instalação das traves, com o estádio completamente pintado e a CBF e o Corpo de Bombeiros devem fazer uma vistoria prévia”.

Time

“Não montamos um time imbatível, que vai ganhar todas, mas é um time guerreiro, que vai lutar do primeiro ao último minuto, sempre merecendo as vitórias. Às vezes, ela não acontece. Não vi o Vila jogar sem dedicação ou garra em nenhum momento deste ano”.

Dificuldades, inimizades e família

“Não preciso disso. Não ganho um centavo do Vila Nova. O Vila me paga apenas meu celular. O desgaste é muito grande. O Sizenando Ferro me falou uma frase que me marcou muito. Ele disse ‘presidente, quando eu entrei no Vila, eu não tinha inimigos. Hoje, tenho alguns’. Hoje, tenho algumas pessoas que me têm como inimigos políticos. O lado ruim do futebol é esse. O Vila é muito maior que todas essas picuinhas internas e problemas que acontecem aqui”.

“Ao mesmo tempo em que me cobra, minha família tem me dado muita força. Sou um trabalhador, que veio para mostrar que o Vila anda com suas próprias pernas, como tem sido de dezembro de 2014 até hoje. Gostaria de ter 10% do dinheiro que as pessoas falam que eu tenho. Nossa equipe assumiu o clube com 6 meses de folha salarial atrasada”.

Divisão de cotas

“Acho completamente injusto. É covardia essa diferença, não só com a gente, mas com o Atlético também. É claro que o Goiás tem os méritos deles, mas eu dividiria como é feito na Europa: de forma igualitária, dividindo através de ranking, ranking de torcidas também. Criar essa formula que está sendo implantada pela Rede Globo. A partir de 2019, acredito que a diferença dos clubes vai diminuir.

Permanência na Série B

“Para o Vila não tem prejuízo permanecer na Série B. Prejuízo seria cair para a série C”.

Bicho

“Não sentimos intimidados, porque é tudo bem negociado desde o início. Jogador recebe o salário para treinar e bicho para ganhar. Assim é o futebol. Não adianta a gente querer inventar história. Sempre fomos muito tranqüilos quanto à isso e nunca tivemos problemas. É uma gratificação”.

Mandar jogos no estádio Olímpico

“Estamos planejando jogar o clássico contra o Atlético, com nosso mando, no estádio Olímpico, até para que nosso torcedor conheça o estádio também. Nosso planejamento é só esse jogo. Todos os outros, iremos atuar no OBA”.