O impacto médio do auxílio emergencial de R$ 600 na economia será de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) de 2019, segundo estudo da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

Em entrevista ao programa Tom Maior da SagresTV nesta quinta-feira (13), o administrador e mestre em Economia, Luiz Carlos Ongaratto, explica que esse impacto se dá porque o auxílio é um programa de transferência de renda direta, sem nenhuma contrapartida à população, tendo apenas efeito multiplicador na economia.

“O auxílio emergencial tem um papel fundamental no nosso PIB, porque 65% do valor do PIB é através do consumo das famílias. Como grande parte desse dinheiro é diretamente utilizado no consumo, ele acaba tendo o efeito que a gente chama de efeito multiplicador. Então não é somente injeção direta de dinheiro, esses 2,5% é o somatório de todo efeito multiplicador, um ciclo econômico originado por esse consumo”, esclarece.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 2,5% do PIB do Brasil equivalem a R$ 182,5 bilhões, que em 2019 ficou em apenas R$ 7,3 bilhões. Norte e o Nordeste são os mais beneficiados quando analisados os recursos do auxílio emergencial em proporção ao PIB local.

Todos os 16 estados das duas regiões terão percentuais superiores à média nacional de 2,5%, com destaque para o Maranhão, onde o impacto do benefício chegará a 8,6% do PIB de 2019. Logo atrás vêm Piauí (7,9%), Paraíba (6,7%), Alagoas e Ceará (ambos com 6,4%). Goiás ficou acima da média com 2,6%.

O auxílio emergencial alcançou mais de metade dos brasileiros, direta ou indiretamente, e ajudou a manter algumas atividades na economia pelo consumo. Mas se engana quem pensa que o auxílio é suficiente.

“Ele não é suficiente, é uma estratégia de curto prazo para que as pessoas tenham o mínimo de dignidade possível. Ele não tem o objetivo de desenvolver a economia”, afirma Ongaratto.

O mestre em Economia recomenda a necessidade de aumentar a renda, com outras alternativas, para rentabilizar a economia.

“O auxílio é um programa muito interessante para esse momento no qual vivemos. Mas, sozinho ele não é suficiente para recuperar a economia. A economia é recuperada através da criação e a geração de emprego, geração de renda”, ressalta.

Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #75