Entre os meses de novembro e dezembro, a maioria dos empregados costuma receber o 13º salário e esta ajuda extra sempre vem em uma excelente hora. Esse valor pode ser aproveitado para organizar as finanças e de quem pretende começar o ano novo com mais tranquilidade e paz.

Mas, o que fazer com esse dinheiro extra? O especialista em consultoria empresarial e o professor de Administração e Ciências Contábeis do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Max Bianchi, recomenda algumas práticas para o bom aproveitamento do salário extra.

Primeiramente, ele destaca como prioridade quitar as dívidas, principalmente as de curto prazo. O especialista explica que as melhores aplicações financeiras e investimentos, por melhor que sejam, costumam remunerar abaixo dos valores que são pagos de juros e multas de empréstimos de curto e médio prazos, por isso sugere a quitação das dívidas.

“Assim, as aplicações mais seguras dificilmente irão remunerar mais do que os juros desses empréstimos. Vale muito mais pagar dívidas do que aplicar o valor”, considera Max.

No caso de prestações e boletos, sobretudo os atrasados, faturas de cartão de crédito, o saldo devedor de contas especiais e outras dívidas de curto e médio prazos, o 13º acaba sendo ideal no fim de ano. “Outro aspecto interessante é que, em alguns casos, pode-se utilizar esse dinheiro extra para negociar dívidas junto aos credores, que podem até oferecer um desconto para a quitação ou o pagamento à vista”, recomenda.

A segunda dica do consultor diz respeito a guardar parte do 13º para ajudar na quitação das chamadas ‘dívidas de início de ano’. Normalmente, logo quando começa o ano, chega o momento de pagar impostos, como o IPTU e o IPVA. “Se você tiver filhos em idade escolar, é a hora de pagar a matrícula do colégio ou da faculdade, adquirir materiais escolares, uniformes e outros. O ideal é ter um extra para complementar estas despesas”, alerta.

O especialista recomenda ainda que adiantar alguns pagamentos de janeiro pode redundar em descontos junto às escolas, prefeituras e órgãos públicos e privados. A medida é válida desde que tenha a garantia de descontos para adiantar esses pagamentos ou, caso não seja possível, a alternativa é aplicar o dinheiro em investimentos de curto prazo e ganhar um pouco antes de sacar para pagar.

Presentes

Para quem vai comprar presentes de final de ano, a dica é barganhar descontos para pagar as compras à vista, recorrendo diretamente ao 13º salário. Bianchi avisa que essa recomendação é apenas para quem não tem dívidas a pagar. “Tal medida pode ser muito vantajosa, quando negociada com o gerente ou dono da loja para obter descontos, uma vez que você pagará por transferência, PIX ou dinheiro”, garante o professor.

No caso dos presentes de Natal, Bianchi explica que os lojistas preferem essa negociação, pois costumam pagar porcentagens dos valores que recebem às empresas de cartão de crédito pelos pagamentos via débito ou crédito. Nesse sentido, pagar à vista, além de permitir descontos, evita o endividamento com prestações para os próximos meses – que costumam pesar no orçamento dos meses que estão por vir.

Leia mais: