Ansiedade e falta de sono podem se tornar cada vez mais comuns durante a pandemia. As queixas frequentes nos consultórios confirmam isso. Aqueles que já sofriam com insônia têm enfrentado mais dificuldades para dormir agora, e outros que tinham sono de sobra passaram a reclamar de noites mal dormidas. Em entrevista ao programa Tom Maior da SagresTV, a otorrinolaringologista e pediatra, Carine Petry, explica o que fazer para conseguir dormir na quarentena.

“É importante falar que a gente está vivendo uma outra epidemia dentro dessa pandemia, que é uma epidemia de insônia, isso tem até um nome específico, que se chama Coronasomnia. O próprio fato das pessoas estarem isoladas, terem saído das suas atividades de rotina, estarem mais inativas, faz com que os quadros de insônia permaneçam”, afirma a pediatra.

Petry considera que há uma relação enorme entre saúde mental e sono. O alto nível de tensão afeta o cérebro, alterando neurotransmissores e abrindo as comportas para desaguar uma cascata de cortisol, o chamado hormônio do estresse.

“O fato das pessoas estarem mais tempo dentro de casa, e menos expostas ao sol, pode gerar um distúrbio do ritmo circadiano, que pode acabar levando a um problema no sono”, relata. Petry complementa que “isso não acontece só com adultos, mas também em crianças. As crianças foram privadas daquelas atividades que elas tinham, muitas das vezes de brincar, de correr e tomar sol.”

O problema é que um sono de má qualidade, segundo destaca a médica, vai retroalimentar a ansiedade, o medo e a preocupação, e aí estará formado um círculo vicioso. “As coisas que nós temos mais visto é a perda de ritmo, o fato de estarmos mais dentro de casa, nos privando do sol, nos privando de atividade física, ansiedade relacionada à pandemia, devido ao medo de pegar a doença e também aos problemas socioeconômicos derivados disso tudo”, explica a especialista em medicina do sono.

Para conseguir uma boa noite de sono, especialistas indicam criar uma rotina – o nosso corpo e a nossa mente precisam e gostam de rotina. Então, durma sempre no mesmo horário e acorde todos os dias mais ou menos no mesmo horário; levante da cama logo após despertar; troque o pijama mesmo que não tiver planos para sair de casa; tenha um período de lazer; e principalmente, faça exercícios físicos todos os dias, mesmo que da sala da sua casa.

Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #51 desta segunda-feira (6)