A Organização das Nações Unidas (ONU) comunicou ao governo brasileiro que os Estados Unidos deixaram o Brasil de fora da liberação de verba humanitária. A informação chegou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), braço da ONU para o apoio aos migrantes e refugiados, e então divulgada pelo blog Daniela Lima, no portal G1.

O financiamento à ONU cortado por 90 dias numa das primeiras ações do novo mandato do presidente Donald Trump foi retomado. Mas apenas para países como Iraque, Síria e Faixa de Gaza. Além do México, mas somente para ações na fronteira.

A ajuda financeira dos Estados Unidos corresponde a 60% da verba da OIM. No Brasil, a entidade da ONU é parceira da Operação Acolhida, que desde 2018 presta assistência humanitária aos migrantes venezuelanos que entram no país por Roraima. 

“A suspensão parcial das atividades da OIM no Brasil representa um desafio significativo para o gerenciamento da crise humanitária envolvendo migrantes e refugiados. Nossa infraestrutura e operações ficam muito comprometidas com a redução de capacidades e recursos em centros de acolhimento e atendimento. Teremos impacto direto na manutenção, no custeio e no funcionamento de estruturas físicas e recursos humanos da OIM no Brasil”, informou a agência.

Ajuda humanitária

Sem a ajuda do governo estadunidense, o governo brasileiro estuda transferir a responsabilidade da Operação Acolhida para quatro ministérios que já atuam no local: Justiça, Defesa, Saúde e Desenvolvimento Social. A operação faz toda a regularização dos migrantes, e presta assistência humanitária, proteção e saúde. Além disso, ela combate o tráfico de pessoas e o contrabando. 

Além da agência da ONU, no entanto, o corte do financiamento também afeta organizações sem fins lucrativos que atuam na região. A Cáritas Brasileira, organismo da Igreja Católica que atua na promoção de ações sociais, comunicou em nota a suspensão dos serviços emergenciais de água, saneamento e higiene nas cidades roraimenses de Boa Vista e Pacaraima. 

“A interrupção dos serviços atende à ordem executiva do governo dos Estados Unidos, em notificação dada no dia 24 de janeiro de 2025 à diretoria da Cáritas Brasileira, sob a justificativa de reavaliação e realinhamento da ajuda externa dos Estados Unidos, pelo Escritório de População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos EUA”, afirmou. A Cáritas Brasileira atua no serviço humanitário naquela região de Roraima desde 2019.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 16 – Paz, justiça e instituições eficazes.

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