Celebrado nesta sexta-feira (22), o Dia Mundial sem Carro é uma ação para incentivar as pessoas a deixarem seus veículos motorizados na garagem como forma de conscientizar sobre o uso excessivo desse meio de transporte e estimular a utilização de conduções coletivas e sustentáveis. Essa preocupação é evidenciada no mais recente estudo feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). O levantamento destaca que o país possui um carro para 3,32 habitantes e mostra perdas econômicas de aproximadamente R$ 247,2 bilhões por problemas na mobilidade urbana.

O levantamento

O levantamento mostra que o crescimento da frota de veículos, principalmente de carro, e o impacto negativo nos municípios, foi produzido com base nos dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) coletados até julho deste ano. De acordo com o estudo, são aproximadamente 120 milhões de veículos, número que aponta crescimento de 35% em 10 anos, quando a frota era de 80 milhões.

Os dados do levantamento também evidenciam a preferência de 52% dos condutores por uso de carro particular. A utilização da moto vem logo em seguida, com 28% e a escolha pelo transporte coletivo representa apenas 1% da frota. Apesar do pouco interesse pelos ônibus, essa opção tem uma participação na distribuição de viagens (quantidade de passageiros transportados no sistema/dia) em torno de 24% a 26%.

Consequências

“É preocupante o aumento de veículos nas ruas que são responsáveis pela poluição, prejudicam a saúde da população, trazem outros transtornos no trânsito, além do impacto financeiro nos municípios, que na maioria das vezes não têm estrutura para receber esse fluxo intenso”, destaca o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Especificamente sobre o meio ambiente, são muitas as substâncias tóxicas emitidas pelos automóveis; alguns dos gases nocivos mais conhecidos são:

  • Monóxido de carbono (CO)
  • Dióxido de carbono (CO2)
  • Ozônio (O3)
  • Óxido de nitrogênio (NOx)
  • Dióxido de nitrogênio (NO2)
  • Hidrocarbonetos (HC)
  • Óxidos de enxofre (SOx)
  • Material particulado (MP)

Mas, quais são os impactos que esses gases poluentes causam no meio ambiente e na saúde da população?

Meio ambiente

Os impactos mais conhecidos pela emissão de gases poluentes são o aquecimento global e o efeito estufa. Contudo, outros também são verificados, como o efeito smog, que acontece quando há diminuição significativa da visibilidade, e a chuva ácida, que provoca sérias alterações no solo, nas águas e na vegetação.

Saúde

A emissão de gases poluentes pelos automóveis afeta principalmente as vias respiratórias; os gases com maior potencial são o material particulado e os hidrocarbonetos não metanos. Os efeitos podem impactar negativamente a saúde em longo prazo.

Além disso, o efeito smog, citado anteriormente, pode causar uma inflamação respiratória que provoca dificuldade para respirar, podendo também intensificar asma, alergias e alguns problemas cardíacos.

Já o material particulado, popularmente conhecido como fuligem, pode causar mal-estar, irritação em olhos, garganta ou pele, dor de cabeça, enjoo, bronquite, asma e até mesmo câncer de pulmão. O monóxido de carbono é outro gás tóxico para o ser humano, atuando no sangue e reduzindo a oxigenação.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem alertado para os efeitos dos gases na saúde de população. Segundo a entidade, há evidências de que a poluição causada pelos automóveis pode aumentar o risco de morte devido a problemas cardiopulmonares.

Sinistros

Outro ponto que chama a atenção é o número de acidentes, conhecidos como sinistros. Eles podem ser definidos como todo evento que resulte em dano ao veículo ou à sua carga ou mesmo em lesões a pessoas e animais, além de dano material ou prejuízos ao trânsito. Eles geram custos diretos e indiretos para os envolvidos, o poder público local e a sociedade em áreas como saúde, previdência, seguros, reparos, perda de produtividade, entre outros. Nesse aspecto, a Confederação evidencia que o custo anual chega a R$ 50 bilhões para o país.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis.

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