Foto: Rubens Salomão/Sagres On

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), acaba de ser preso na tarde desta quarta-feira (10), em Goiânia, na superintendência da Polícia Federal (PF). 

A prisão ocorreu enquanto o tucano prestava depoimento na sede da PF, para a Operação Cash Delivery, que investiga o pagamento de propina nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014, com base em delações da empreiteira Odebrecht. 

Os delatores Fernando Reis e Alexandre Barradas delataram repasses de R$ 10 milhões a Marconi Perillo, sendo R$ 2 milhões em 2010 e o restante em 2014. O caso estava em trâmite no Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi enviado à Justiça Federal em abril, depois que o tucano deixou o governo estadual para disputar uma vaga no Senado. 

Motoristas que passavam nas proximidades da sede da PF fizeram buzinaço. A polícia isolou parte do prédio da superintendência para evitar tumulto.

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Motoristas fizeram bunizaço e o trânsito ficou intenso na região próxima à sede da PF (Foto: Rubens Salomão/Sagres On)

Também na Operação Cash Delivery, o ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), o filho dele Rodrigo Rincón, dois motoristas e um empresário, foram presos no dia 28 de setembro, suspeitos de participação no esquema. 

Jayme e Rodrigo Rincón foram soltos uma semana depois, no dia 5 de outubro, após um habeas corpus. Quando a operação foi deflagrada, a defesa de Marconi Perillo pediu para prestar depoimento somente após as eleições. Por conta da legislação eleitoral, o tucano não poderia ser preso 15 dias antes e nem dois dias depois do pleito.

Em nota, o advogado de Marconi, Antônio Carlos Almeida de Castro, o Kakay, registrou a indignação da defesa com a detenção do ex-governador. 

Leia a nota  na íntegra

A Defesa de Marconi Perillo, perplexa, vem registrar a completa indignação com o decreto de prisão na data de hoje. O Tribunal Regional da Primeira Região ja concedeu 2 liminares para determinar a liberdade de duas outras pessoas presas nessa mesma operação, através de decisões de 2 ilustres Desembargadores. O novo decreto de prisão é praticamente um “copia e cola” de outra decisão de prisão já revogada por  determinação do TRF 1. Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex Governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento. Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados. A Defesa acredita no Poder Judiciário e reitera que uma prisão por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos delatores, afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão por fatos que não tenham comtemporaneidade. Marconi Perillo recebeu o decreto de prisão quando estava iniciando o seu depoimento no departamento de Polícia Federal e optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no esclarecimento dos fatos . KAKAY

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