A Delegacia de Polícia Civil (PC) de Pontalina, a 130 km de Goiânia, no sul do estado, deflagrou na manhã desta terça-feira (6), a Operação Caixa Preta, que investigação desvio de verbas públicas da Saúde no município.

Com a investigação, foram cumpridos mandados de prisão contra o ex-prefeito Jurandir Augusto da Silva, de 47 anos, Neilson Antônio de Oliveira, de 37, e Cristiano Silva Rodrigues, de 43, suspeitos de cometer desvios de dinheiro público nos anos de 2011 e 2012, no valor de R$ 4.158.834,96, retirados do Fundo Municipal de Saúde.

A PC concluiu ainda que parte desse valor, R$ 302.600,62, foi desviado de verbas federais e o restante, R$ 3.856.234,34, foi desviado do erário municipal.

A fraude realizada pela quadrilha tinha núcleos político e empresarial, cuja finalidade era a simulação de aquisição de medicamentos e insumos hospitalares. O pagamento era efetuado aos fornecedores, mas os medicamentos não era recebidos pela Secretaria de Saúde.

O núcleo político era composto pelo então prefeito Jurandir e o então secretário municipal de saúde Neilson de Oliveira. Os proprietários das empresas Life Med e Farma Produtos Hospitalares, Cristiano Rodrigues, o irmão Sandro Rogélio, e Marcelo Gomes, compunham o núcleo empresarial.

A prova da perícia, produzida pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (DenaSUS), nos documentos referentes aos processos de pagamento nos anos de 2011 e 2012, comprovam o esquema de corrupção.

As empresas envolvidas emitiam as notas fiscais dos medicamentos e o núcleo político era responsável por realizar o empenho e pagamento dos valores. Porém, os medicamentos não eram entregues ao município.

Ainda segundo a polícia, foram feitas pesquisas comparando gastos feitos pela Secretaria de Saúde de Pontalina no ano de 2012, com gastos realizados por outros municípios. Na comparação constatou-se que cidades como Edéia e Rubiataba, em quatro anos, gastaram menos que a Secretaria de Saúde de Pontalina gastou só em 2012. 

Um outro ponto que chamou a atenção dos agentes durante a investigação foi a última compra realizada no dia 28 de dezembro de 2012, a três dias do término do mandato, quando foram adquiridos mais de R$ 100 mil em medicamentos. No entanto, no dia 1º de janeiro de 2013 não havia remédios nos estoques, e o município realizou compra de emergência para suprir a falta. 

A Polícia Civil ressalta que Sandro Rogélio da Silva Rodrigues e Marcelo Rodrigues Gomes não foram encontrados e são considerados foragidos da Justiça.