Segundo especialistas embientais, quase 1200 espécies podem ser salvas do risco de extinção caso o número de áreas ambientais protegidas no mundo tenha aumento de 1%.

O dado é resultado de estudo elaborado por pesquisadores da Universidade de Durham, no Reino Unido, e da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos.

O estudo “Lacunas e fraquezas na rede global de áreas protegidas para salvaguardar espécies em risco” analisou uma amostra de 5 mil espécies.

Fortalecimento

O aumento de áreas ambientais protegidas é um instrumento importante para garantir a sobrevivência de espécies ameaçadas, no entanto, os estudiosos defendem a tese de que é preciso, em primeiro lugar, fortalecer a a segurança das áreas ambientais que já possuem o status de “protegidas”.

“2.308 espécies têm pelo menos 100 hectares de seus habitats dentro de parques protegidos, e 407 espécies dependem de parques que podem experimentar um aumento no uso da terra no futuro”, afirmou o principal autor do estudo, Dr. Yiwen Zeng, da Universidade Nacional de Singapura (NUS, em inglês).

Além disso, Zeng ressaltou que nas situações em que uma área até então protegida, é rebaixada, a própria biodiversidade será prejudicada. Dessa forma, é o caso de regiões que passam a receber atividades ligadas à extração de madeira ou mineração

“Em muitos casos, os países estão rebaixando o status de proteção que atribuíram aos parques. Então, como resultado, muitas espécies sensíveis sofrem”, alerta.

Efeitos

Segundo o mesmo estudo, o fortalecimento da defesa para as áreas protegidas é um passo fundamental, mas subestimado por diferentes países.

“Aumentar a quantidade de terras nominalmente protegidas não é suficiente se esses parques não conseguirem excluir com êxito as atividades humanas nocivas”, destaca o documento.

Além disso, os estudiosos concluiram que, desde 2021, a retirada de proteção legal de parques e unidades de conservação prejudicaram mais de 687 milhões de acres.

“Designar parques no papel não é suficiente; eles precisam estar nos lugares certos, com o gerenciamento certo e precisam durar”, conclui disse a Dra. Rebecca Senior, da Universidade de Durham.

Diretrizes

“Este estudo estabelece uma geografia onde novos parques podem ser criados e onde devemos restaurar e reforçar os parques existentes, para aumentar a conservação da vida selvagem”, afirma Zeng.

Ademais, o pesquisador destaca que para que a “regra” do 1% gere de fato resultados efetivos, é preciso que a expansão e o fortalecimento das redes de áreas protegidas ocorram no que chama de locais-chave.

“Podemos destacar algumas nações que podem contribuir muito para salvar a biodiversidade mundial protegendo lugares-chave. Estes incluem Madagascar, Malásia e Peru, apenas para citar alguns exemplos”, diz Dr. Yiwen Zeng.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática

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