(Foto: Divulgação / Facebook UnB)

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Dados divulgados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, apontam para um crescimento exponencial no número de tentativas de feminicídio entre 2018 e 2019 no Brasil. Na semana passada, o assassinato da gerente de hipermercado, Fernanda de Souza Silva, chocou os moradores de Bela Vista e causou indignação nos cidadãos goianos.

Para entender mais sobre o assunto, a Sagres 730 conversou com a professora do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília, Lourdes Maria Bandeira. Segundo a socióloga essas mortes ocorrem porque há uma relação de poderes desiguais entre homens e mulheres e que cerca de 50% da violência contra as mulheres ocorre entre pessoas que tiveram uma relação. “As motivações se dão por ciúmes, pelo pedido de separação de uma relação conjugal, afetiva, que pode ser namorada, marido, companheiro etc e também pela relação de controle. Quando há suspeita de adultério, há também a prática de feminicídio”, detalha.

Lourdes conta que as mulheres mortas por feminicídio, estão na faixa de 18 a 32 anos, enquanto os homens que cometem o crime, tem em média 40 anos. Ela explica que essa geração “não foi, necessariamente, educada para manter relações de igualdade com as mulheres”. A socióloga continua e afirma que há uma dificuldade de se trabalhar isso nas famílias e escolas, mantendo uma sociedade patriarcal.

A professora entende que os valores conservadores, tradicionais precisam ser retirados da nossa sociedade nas futuras gerações. “Os valores de igualdade, a moça é igual ao rapaz, a menina é igual ao homem. E, se ela está vestida de uma forma ou de outra forma, isso não significa que elas está se oferecendo, que ela está seduzindo. Ela tem direito sobre a sua maneira de ser, sobre a sua vontade”, afirma.

Lourdes alerta que a denúncia é de suma importância e que deve ser feito ao primeiro sinal de violência, como desrespeito, humilhação, desqualificação, ou mesmo, pelo estupro conjugal “Não precisa esperar uma ameaça mais grave, uma primeira tentativa de morte”.

Para tentar explicar os números que vem aumentando nos últimos anos a professora afirmou que há uma hipótese, trabalhada em cima do crescimento do conservadorismo na sociedade brasileira que, segundo ela, ocorre em função das redes sociais. “Esse conservadorismo atualiza poderes desiguais. Então isso pode ser uma das hipóteses que acaba explicando essa reafirmação de uma ideologia da virilidade, em que a figura masculina acaba tendo a preponderância e o poder”, declara.

A socióloga explica que o feminicídio é caracterizado quando a condição da vítima ser mulher é definidora para a ocorrência do fato. A falta de punição é um dos motivos, segundo a socióloga, para os casos no Brasil, pois falta prioridade e recursos para o devido processo.

Para encerrar, a professora Lourdes falou um pouco sobre o papel da mídia, para que haja uma diminuição dos crimes de feminicídios. “Ela [mídia] pode tornar a notícia um elemento de conscientização. Há relações desiguais entre homens e mulheres, essa mulher foi objeto da violência. Colocar a notícia de uma outra forma, que não seja reproduzir, necessariamente, o que a área de segurança diz”, conclui.

Assista ao Manhã Sagres de hoje (24)

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