O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) lançou o Aplicativo para Gestão de Emergências de Fauna (AGF) para auxiliar no resgate de animais silvestres durante emergências ambientais. A ferramenta está sendo utilizada desde outubro nas atividades do Instituto no Pantanal.
A AGF foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima) em conjunto com a Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo) do Ibama. Na prática, a ferramenta é a unificação de três aplicativos que já existiam, mas juntos se transformam numa ferramenta inédita, como explica a analista ambiental do Ibama, Fabiane Souza, em entrevista à TV Globo.
“O primeiro faz a captura dos avistamentos, dos rastros dos animais e das necessidades de aporte alimentar. O outro aplicativo é de formulários que é onde a gente coloca os dados principalmente de identificação e estado do animal e do ambiente. E o terceiro é um aplicativo de gestão que é onde o gestor consegue enxergar onde as equipes estão trabalhando, os dados que foram registrados e também a atribuição de tarefas para essas equipes”, diz.
Proteção do bioma
A ferramenta é uma forma de organizar os dados da fauna do Pantanal e facilitar a identificação das espécies por fotos. Como disse Souza, as informações podem auxiliar os gestores e as equipes que trabalham diretamente com os resgates no bioma.
“O objetivo não é só o resgate em si do animal e saber como está a situação dele, não é só estatístico. Mas também para a gente saber quais são os animais que estão transitando nessas áreas, qual é a necessidade dele para aporte alimentar, aporte hídrico, cada animal tem uma especificidade mesmo de tipo de alimento e de tipo de ambiente”, destaca.
O bioma sofreu muito com os incêndios florestais em 2024. A situação chegou ao ponto da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, dizer em setembro que o país poderia perder o bioma. “Segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o final do século”, disse à época.
Eventos climáticos extremos
O diagnóstico relatado pela ministra está ligado à contribuição da degradação do bioma ao aquecimento global através da perda de cobertura da vegetação por causa das queimadas e do desmatamento. A solução mais imediata é o monitoramento do bioma para evitar os desmatamentos e os indecentes. Portanto, o Ibama compartilha a ferramenta com membros de ONGs e órgãos públicos cadastrados no seu sistema.
Juntos, essas pessoas e as entidades monitoram o Pantanal e os efeitos das mudanças climáticas no bioma, e com a ferramenta usa a tecnologia para ajudar na proteção dos animais silvestres.
“Esses eventos climáticos estão cada vez mais frequentes no Brasil e no mundo inteiro. E o acompanhamento da fauna, em especial o uso deste aplicativo é fundamental para que nós possamos avaliar a necessidade da interferência humana para ajudar no manejo da fauna, a nossa presença é avaliar qual tipo de critério vamos usar para acompanhar e após o evento climático, após o incêndio florestal, nós voltarmos para observar se os animais continuam na área”, conta Livia Karina Martins, diretora de fauna do Ibama.
A ferramenta funciona em áreas com baixa conectividade e sincroniza os dados quando a internet é retomada. Então, o aplicativo oferece para as equipes de resgate a geolocalização precisa, identificação das espécies, logística para suprimentos e funcionalidade mesmo em áreas remotas.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima e o ODS 15 – Vida Terrestre.
*Com informações do Ibama e da TV Globo
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