Junior Kamenach
Junior Kamenach
Jornalista, repórter do Sagres Online e apaixonado por futebol e esportes americanos - NFL, MLB e NBA

Festival ‘O Sentir Delas’ celebra a arte e o protagonismo feminino

O festival “O Sentir Delas” chega à sua terceira edição trazendo um espaço exclusivamente feminino dentro das artes.

O evento, que nasceu durante a pandemia e teve sua primeira edição transmitida online, evoluiu ao longo dos anos e, em 2024, expande sua programação para incluir não apenas a música, mas também artes visuais, teatro, dança e circo.

“Esse festival enaltece o protagonismo feminino e encoraja outras mulheres a ocuparem seus espaços”, afirma a cantora Rainy Ághata, em entrevista ao Tom Maior do Sistema Sagres.

“Vivemos em uma sociedade patriarcal que impediu que as mulheres pudessem ser quem são. Então, criamos esse espaço para que elas tenham liberdade de se manifestar artisticamente.”

Importância

A musicista Isis Krisna, que participa do festival e também atua como diretora musical, destaca a importância dessa iniciativa.

“Sempre foi um desafio para nós, mulheres, atuarmos na linha de frente da música instrumental, por exemplo. Mas esse tipo de projeto vem mudando isso e incentivando mais mulheres a ocuparem esses espaços”, comenta.

Isis, que se tornou a primeira mulher formada em violão popular pela Universidade Federal de Goiás em 2022, reflete sobre a necessidade de mudanças estruturais no meio artístico.

“É triste pensar que fui a primeira mulher a me formar na área só agora, em pleno século XXI. Mas precisamos dessa revolução, e festivais como esse ajudam a abrir caminhos para novas gerações.”

Samba como resgate histórico

Além de promover o protagonismo feminino nas artes, Rainy e Isis também fazem parte do projeto “Samba Lançou”, que resgata o samba da era do rádio, de 1930 a 1960.

“As cantoras de rádio abriram espaço para que as mulheres ocupassem seu lugar na música, e fazemos esse resgate com muito orgulho”, afirma Isis.

Rainy, que leva o samba goiano para outros estados, compartilha a experiência de ser uma mulher sambista em um cenário predominantemente masculino.

“Foi incrível ver o impacto do samba goiano em São Paulo e no Rio de Janeiro. Muitos não sabiam que Goiás tem samba, e eu fiz questão de dizer: Goiânia não tem só sertanejo!”, brinca.

Portela

Além disso, a artista ainda se emocionou ao lembrar do momento em que cantou com a Velha Guarda da Portela.

“Foi um dos momentos mais marcantes da minha carreira. Eu não sabia se chorava, se cantava ou se abraçava todo mundo”, relembra.

Com uma programação que reúne mais de 60 mulheres entre artistas, produtoras e técnicas, “O Sentir Delas” segue firme em seu propósito de fortalecer a presença feminina nas artes e inspirar futuras gerações. “Lugar de mulher é onde ela quiser estar”, finaliza Rainy.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 05 – Igualdade de Gênero

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