Após a escolha da professora Angelita Pereira Lima, pelo Ministério da Educação (MEC), para ser a próxima reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), o presidente do Sindicato dos Professores da UFG (Adufg), professor Flávio Alves da Silva, afirmou, em entrevista à Sagres, nesta terça-feira (11), que a decisão do presidente da República Jair Bolsonaro (PL) desrespeita a autonomia da Universidade.

“Ele desrespeitou a autonomia da Universidade, foi totalmente antidemocrático, porque sempre foi nomeado o primeiro da lista. Todo mundo sabe que quem ganha a consulta é quem encabeça a lista tríplice. Então, não tinha por onde não nomear Sandramara Chaves”, disse.

As eleições para a reitoria da Universidade foram realizadas em junho de 2021, com a vitória de Sandrama, com percentual de 64,3% dos votos. Porém, o presidente da República, Jair Bolsonaro, responsável pela nomeação da reitora, indicou Angelita, que estava presente na lista tríplice enviada para o governo federal. Além de Angelita e Sandramara, a lista era composta pela professora Karla Emanuella.

“A única questão que pode ter sido um ponto que o governo levantou para nomear a professora Angelita é que a professora Sandrama era vice-reitora do professor Edward Madureira. Mas quando se leva em consideração que Angelita é terrivelmente petista, não dá para pensar o que se passou pela cabeça do presidente [Jair Bolsonaro]”, argumentou Flávio Alves.

Possibilidade de recusa

Segundo o presidente do Sindicato, a possibilidade de recusar a escolha do Ministério da Educação por parte de Angelita pode ser prejudicial para a instituição goiana.

“Não tem como a professora recuar dessa nomeação porque o governo seguiu o que diz o Supremo Tribunal Federal (STF), tem que nomear alguém da lista tríplice. A professora Angelita foi encurralada, tem que aceitar a nomeação. Não aceitando, pode ser nomeado um interventor para a UFG, e isso a gente não quer de forma alguma. A gente não quer ser dirigido por um reitor ligado a esse governo”, explicou.

Ainda segundo Flávio, a comunidade acadêmica trabalha na perspectiva de que Angelita aceite coordenar a reitoria. “Hoje eu conversei com ela e a intenção é essa, de aceitar a nomeação, e ver o que acontece. Logo esse governo cai também e vem outro governo, de preferência um governo que respeite a autonomia da Universidade. Aí tudo pode mudar, podem ser convocadas novas eleições já em 2023”, reforçou.

Gestão de Angelita

Questionado sobre perspectiva de gestão, o presidente do Sindicato acredita em uma boa coordenação por parte de Angelita. “Acho que ela vai conseguir, sim, fazer uma boa gestão dentro da Universidade, apesar de que a UFGvem sofrendo muito com os ataques do governo Bolsonaro”, contou.

Conforme Flávio, já foram retirados 70% dos recursos para investimentos na UFG e outros 80% referentes a investimentos em ciência e tecnologia. “Vem acabando até com as universidades privadas, onde tem a maior evasão. O governo Bolsonaro é inimigo da educação, seja pública, seja privada”, ressaltou.

Confira a entrevista na íntegra:

https://www.youtube.com/watch?v=NSMnN-7efK0

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