O programa Fraternidade em Ação desta semana repercute os assuntos que remetem à reflexão sobre o mundo, a vida e a paz de espírito.

O dominical vai ao ar às 9h da manhã, após o Raiz Brasileira com Justino Guedes, e tem a apresentação de Sebastião Ribeiro, Monica Fernanda, Jonathas Procópio e William Batista.

Edição e montagem: Roberval Silva (voluntários).

Um oferecimento do Centro Espírita Caridade O Caminho.

Ouça o Fraternidade em Ação:

Confira o tema do programa desta semana:

A SOLIDARIEDADE

Livro Estudos Espíritas
Espírito Joanna de Angelis
Médium Divaldo Pereira Franco Lição 12

SOLIDARIEDADE

CONCEITO – A impostergável necessidade de defender-se das intempéries, no meio hostil da Natureza em que se viu constrangido a viver, fez que o homem primitivo buscasse as cavernas, nelas encontrando o refúgio para preservação da existência.

Diante das dificuldades da manutenção da vida orgânica, na incessante busca do alimento, vendo-se obrigado a competir com os animais de grande porte e vigorosa ferocidade, acoimado, igualmente, pelo instinto gregário buscou ligar-se aos demais homens, nascendo disso a aglutinação tribal.

Perseguido, porém, por outros grupos agitados no desconcerto do instinto, sentiu a urgente e imperiosa força para a união a fim de suportar em conjunto as constrições externas que lhe impunham pungentes agonias. Passando ao período agrário, o labor coletivo se lhe impôs a benefício de todos.

A contribuição do grupo nos diversos setores da ação tornou-se base para o êxito da comunidade como condição de prosperidade geral. O progresso incessante engendrou a máquina das necessidades e, ante ela, a usurpação dos fortes fomentou a dependência, quando não a miséria dos fracos.

A “exploração do homem pelo homem” em escala cada vez mais avassaladora, motivada também pelas guerras de conquistas, se encarregou de espalhar nas grandes massas o abandono e o desassossego.

A chamada era tecnológica, a seu turno, longe de resolver o impasse tornou-o mais violento, e a população crescente em todos os pontos do Globo fez que eclodissem as múltiplas necessidades humanas, avassaladoramente.

O desinteresse dos governos arbitrários e autocratas, ao lado da negligência dos poderosos, resultante da sua consciente dominação, ampliou consideravelmente a ruína das multidões que, com suas misérias, passaram a constituir impressionante mole humana em escarmento da própria sociedade, que erigiu um monumento de ouro com teto de cultura sobre o pântano das lágrimas e das enfermidades, da desnutrição e do desespero de centenas de milhões de outros seres.

A Terra do superconforto de alguns poucos transformou-se inesperadamente no “vale de lágrimas” de quase todos. No entanto, é um jardim-escola de bênçãos oferecido pelo Pai à criatura, que até então não tem sabido valorizar devidamente o património exuberante da oportunidade evolutiva, nem os recursos sublimantes de que se utiliza na contínua faina do progredir.

Legatário dos seus esforços o homem compromete-se para ressarcir, aprimorando-se paulatinamente através dos recursos do sofrimento, o pesado tributo de dor e sombra,a que milenarmente se encontra vinculado, descobrindo só a pouco e pouco as fímbrias de luz da solidariedade, mediante a qual se liberta do jugo opressor da posse, ensaiando, então, os passos primeiros na enobrecida arte de amar.

O homem, quando cresce emocionalmente, experimenta de imediato o sôfrego desejo de ajudar, com o enobrecimento de quem se faz ajudado. A solidariedade é, desse modo, um compromisso interior assumido livre e espontaneamente, mediante o qual as pessoas se comprometem a ajudar-se reciprocamente na efetivação de esforços: “todos por um e um por todos”.

O espírito solidário empreende o salutar dever de edificar-se mediante a construção do bem geral, fomentando a distribuição equânime dos recursos, estimulado pelos resultados eficientes do progresso comum.

Antítese do egoísmo, estrénuo adversário do homem, que o corrói por dentro, tal egoísmo fomenta a hecatombe da coletividade asfixiando todos os ideais de vida, dificultando o desenvolvimento das Artes e da Cultura, da Ciência e da Técnica por encontrar campo fértil onde grassam os ingredientes da ignorância com que se compraz- a solidariedade constitui-se dínamo da ação bem dirigida, líder da operosidade valiosa, impulsionador dos avanços morais e intelectuais das comunidades que a estimulam.

Livro Pão nosso
Espírito Emmanuel
Médium Chico Xavier

Lição 112

Tabernáculos eternos

“Também vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.” — JESUS (Lucas, 16.9)

Um homem despercebido das obrigações espirituais julgará encontrar nesta passagem um ladrão inteligente comprando o favor de advogados venais, de modo a reintegrar-se nos títulos honrosos da convenção humana.

Todavia, quando Jesus fala em amigos, refere-se a irmãos sinceros e devotados e, quando menciona as riquezas da injustiça, inclui o passado total da criatura, com todas as lições dolorosas que o caracterizam. Assim também, quando se reporta aos tabernáculos eternos, não os localiza em paços celestiais.

O Mestre situou o tabernáculo sagrado no coração do homem.

Mais que ninguém, o Salvador identificava-nos as imperfeições e, evidenciando imensa piedade, ante as deficiências que nos assinalam o espírito, proferiu as divinas palavras que nos servem ao estudo.
Conhecendo-nos os desvios, asseverou, em síntese, que devemos aproveitar os bens transitórios, ao alcance de nossas mãos, mobilizando-os na fraternidade legítima para que, esquecendo os crimes e ódios de outro tempo, nos façamos irmãos abnegados uns dos outros.

Valorizemos, desse modo, a nossa permanência nos serviços da Terra, na condição de encarnados ou desencarnados, favorecendo, por todos os recursos ao nosso dispor, a própria melhoria e a elevação dos nossos semelhantes, agindo na direção da luz e amando sempre, porquanto, dentro dessas normas de solidariedade sublime, poderemos contar com a dedicação de amigos fiéis que, na qualidade de discípulos mais dedicados e enobrecidos que nós, nos auxiliarão efetivamente, acolhendo-nos em seus corações, convertidos em tabernáculos do Senhor, ajudando-nos não só a obter novas oportunidades de reajustamento e santificação, mas também endossando perante Jesus as nossas promessas e aspirações, diante da vida superior.

Citação parcial para estudo, de acordo com o artigo 46, item III, da Lei de Direitos Autorais.