Um dos 13 grupos de engajamento que atuam como satélites do fórum G20, o Women 20 (W20) defendeu nesta segunda-feira (22) a remuneração do cuidado familiar e que o trabalho não seja exclusivo de mulheres. A reunião do grupo reuniu representantes de ministérios das finanças e de bancos centrais dos países-membros.
As mulheres são maioria no cuidado de familiares crianças, idosos e doentes, por exemplo. Por isso, o Women 20, traduzido literalmente como Mulheres 20 para o português, reivindica a valorização da atividade com compensação financeira e equidade de gênero.
O W20 faz parte dos grupos de engajamento do G20 desde 2014. Criado na Austrália, ele é formado por mulheres da academia, do empreendedorismo e da sociedade civil. O grupo de mulheres formula políticas públicas que colaboram com o empoderamento econômico feminino. Portanto, na reunião do G20 no Brasil elas querem apresentar propostas para construir um mundo justo, sustentável e com equidade de gênero.
Agenda
Nesta semana, os grupos de engajamento se reuniram no Rio de Janeiro para um evento que faz parte da agenda oficial do G20. Na ocasião, a jornalista e fundadora da Rede de Mulheres Empreendedoras, Ana Fontes, citou como um caminho possível para o Brasil o exemplo que um país vizinho adota em relação à atividade do cuidado.

Segundo ela, a Argentina conta para a aposentadoria os anos em que as mulheres se dedicam à criação dos filhos pequenos. Entretanto, Ana frisou que é necessário que a política não seja apenas para as mulheres, mas que também inclua os homens.
Ana Fontes chamou o modelo proposto de “economia do cuidado” : “se a gente não paga, ninguém valoriza”, disse. “Socialmente, as pessoas não olham para a economia do cuidado. Ela vai adicionar dinheiro na economia”, argumentou.
“Tem gente que pergunta de onde vai sair esse dinheiro. O mundo não tem falta de dinheiro. O mundo tem falta de ações direcionadas. O que é preciso é organizar essa questão financeira”, afirmou.
Temas do W20
Além da remuneração para o cuidado familiar, as integrantes brasileiras do W20 querem discutir esse ano “a justiça climática com lente e perspectiva de gênero”. Pois Ana Fontes alega que as mulheres são as pessoas que mais sofrem com a emergência climática.
“Quando falta água, quem vai buscar são as mulheres, com a lata na cabeça. Quando tem problema de saneamento e as crianças ficam com dor de barriga, quem sofre com isso são as mulheres”, contou.
Mas além dos dois temas idealizados no Brasil, o grupo quer emplacar no fórum temas de outras edições como o enfrentamento à violência contra as mulheres e o incentivo presença das mulheres na ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
A reunião de cúpula do G20 com presidência do Brasil será realizada nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. Devem estar no país os chefes de Estados dos 19 países e os representantes dos dois órgãos regionais que compõem o bloco.
*Com Agência Brasil
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 16 – Paz, justiça e instituições eficazes.
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