Com cerca de oito meses após o início da pandemia, não é apenas a ausência de aulas presenciais que preocupa professores, alunos, pais e mães, mas também a evasão escolar e a falta de motivação com o ensino remoto.

“Está acontecendo uma desmobilização em torno dessas aulas remotas que já não são o ideal, não é o modelo ideal. Já é difícil porque alguns têm acesso e outros, não. A gente achou que era o momento de fazer uma campanha, mobilizar a sociedade para mobilizar a comunidade escolar”, afirma Tatiana Klix, diretora da plataforma Porvir e gestora da plataforma Aprendendo Sempre.

No início da pandemia, um coletivo de mais de 20 organizações da sociedade civil se formou para construir a plataforma Aprendendo Sempre, para oferecer aos professores, gestores e famílias alternativas e orientações de estudos e aprendizagem aos estudantes.

O portal concentra e dá acesso a uma série de recursos de aprendizagem não presencial de qualidade, gratuitos e selecionados por especialistas. Após um período de seis meses de pandemia e com base em estudos que mostram os riscos de evasão escolar na volta às aulas, principalmente na rede pública de ensino, a mesma coalizão lança, agora, a campanha #AprendendoJuntos, que tem por objetivo incentivar professores, alunos e familiares a manterem-se próximos e engajados com os estudos e as atividades escolares para evitar que os estudantes desistam da escola.

Uma pesquisa encomendada ao instituto Datafolha pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures, com o intuito de traçar um panorama da educação pública na pandemia sob o ponto de vista dos pais e responsáveis e dos seus estudantes, mostrou aumento no percentual de alunos cujos pais temem que desistam da escola por não estar acompanhando as atividades: de 31% em maio e junho, para 38% em julho. Este índice sobe para 43% para o ciclo dos Anos Finais.

Tatiana Klix em entrevista ao STM #112 (Foto: Sagres TV)

Países como o Chile já experimentaram o retorno das aulas presenciais, mas sem sucesso. Para Tatiana Klix, esse movimento é preocupante na educação brasileira como um todo, mas mostrar ser mais significativo no ensino público, por haver desigualdade no acesso ao ensino remoto durante a pandemia.

“A gente acredita que na educação pública esse problema seja maior. Na educação privada o que está acontecendo principalmente com as crianças, nas séries mais iniciais, é que as famílias estão ficando sem dinheiro e estão migrando para o ensino público”, avalia.

Confira a entrevista a seguir no STM #112