A rivalidade entre Goiás e Atlético Goianiense marcou – e continua marcando – muito o futebol goiano desde a segunda metade dos anos 2000, o que levou o duelo dos times da Serrinha e de Campinas ser conhecido com o “Clássico do Equilíbrio”. No período, oito finais do Campeonato Goiano foram protagonizadas entre esmeraldinos e rubro-negros. Também foram os únicos goianos a se enfrentarem na Série A do Campeonato Brasileiro.

A decisão do Goianão de 2009, que completa onze anos neste 3 de maio, foi uma das tantas marcadas por confrontos tumultuados e decididos nos detalhes entre os rivais. Para Hélio dos Anjos, um dos treinadores mais vitoriosos da história do Goiás e que também já esteve do outro lado, a conquista daquele ano foi a sua mais importante entre os cinco títulos goianos que ganhou com a camisa esmeraldina.

Naquela temporada, o Goiás vinha de duas derrotas melancólicas nas finais, em 2007 para o Atlético e em 2008 para o Itumbiara, enquanto seu último título goiano tinha acontecido três anos antes. Durante a campanha que antecedeu a conquista, a equipe esmeraldina construiu resultados expressivos, como a famosa goleada por 6 a 1 sobre o Vila Nova, no dia 8 de fevereiro, pela 5ª rodada, contudo o ambiente no clube não era bom.

Entrevistado pela Sagres 730, o treinador afirmou que “foi o campeonato mais importante dos Goianos que ganhei. O ano foi tumultuado, as circunstâncias foram muito difíceis e contra um grande adversário. O time do Atlético naquele ano, tanto que fui dirigir o Atlético depois em 2011 e senti isso ao meu favor, era tarimbado e ‘chato’, de jogadores que precisam voltar a ter esse espírito. Não é espírito de ‘maloqueiro’, mas de jogador que gosta do jogo. Aquele time do Atlético era um time aguerrido nesse sentido”.

“Nós tínhamos um time muito forte e decisivo. Dou valor a esse jogo, porque tudo passa, a história hoje é outra e o mundo do futebol é muito dinâmico, mas sei o que passei. A história de 2009, de dentro para fora, foi colocada 130% nas costas do Hélio dos Anjos, mas a verdadeira história guardo comigo. A semana do primeiro para o segundo jogo foi uma das mais difíceis da minha vida, porque sabia que estava jogando contra um adversário até dentro do próprio clube infelizmente”, destacou.

Diante de um ambiente tão complicado, “naturalmente, os meus jogadores foram aqueles que sempre ficaram do meu lado. Até pela experiência, o Harlei e o Iarley foram fundamentais no dia a dia e na chamada de responsabilidade. Temos que também enaltecer o meu diretor da época, o Marcão, e o Bacalhau, que foi com quem mais convivi naquela semana, porque era o assessor de imprensa e eu precisava vivenciar tudo o que estava acontecendo no ambiente externo para usar aquilo para tentar vencer o ‘grande’ Atlético”.

Ficha técnica: Goiás 2-0 Atlético

Segundo jogo da final do Campeonato Goiano de 2009
Data: domingo, 3 de maio de 2009

Goiás: Harlei; Ernando, Rafael Tolói e Leandro Euzébio; Vitor (Fábio Bahia), Ramalho, Éverton (Rafael Gomes), Zé Carlos e Júlio César (Amaral); Iarley e Felipe. Treinador: Hélio dos Anjos

Atlético: Márcio; Gilson (Jorge Henrique), Jairo e Gil; Rafael Cruz, Pituca, Robston, Francismar (Weslley) e Chiquinho; Anaílson e André Leonel (Marcão). Treinador: Paulo César Gusmão

Gols: Iarley (Goiás), aos 9 minutos do primeiro tempo (1-0); Felipe (Goiás), aos 43 minutos do segundo tempo (2-0)
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP)
Público: 26.539 pagantes