O governo da cidade promete sustentabilidade, mas o fato é que ainda não conseguiu viabilizar meios de transportes menos poluentes. Dos 102 quilômetros de ciclovias que o prefeito Paulo Garcia prometeu construir, mesmo de 3 quilômetros foram entregues à população até agora.  Goiânia já foi chamada a cidade das bicicletas, na década de 60. Hoje, mantém uma relação de 1,6 habitantes por carro e está entre as quatro capitais brasileiras com o maior número de veículos.

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Por ser muito plana, Goiânia poderia voltar a adotar a bicicleta como meio de transporte, mas nem mesmo os mais jovens se aventuram na ciclovia construída na Avenida 10, que liga o Setor Central ao Universitário.  Preferem disputar uma vaga de estacionamento a deixar o carro em casa. Essa escolha que tem uma explicação: a ciclovia não é contínua. Para chegar à pista, é preciso antes enfrentar as ruas e os motoristas dos carros, que não enxergam o ciclista.  

A construção de ciclovias contínuas em Goiânia não é tarefa fácil. Por isso tem se experimentado apenas nas grandes avenidas com canteiros centrais, como a própria Avenida 10 e a T- 63, onde já está sendo feita uma pista para ciclista. A cidade é composta de quarteirões pequenos, muitos cruzamentos e ruas e avenidas estreitas.  Como é impossível fechar os cruzamentos sob o risco de piorar o trânsito, a solução seria educar o motorista do carro sobre a preferência do veículo mais frágil.

A implantação de ciclovias está prevista no Plano Diretor da capital, de 2007. Estas pistas exigem algumas propriedades: deve ser iluminada e sombreada por vegetação; ser bem identificada e sinalizada; oferecer visibilidade e uma superfície regular e antiderrapante. Características que a ciclovia da Avenida 10 não apresenta. O ideal para Goiânia seria a construção de um circuito cicloviário que atendesse quem usa a bicicleta para ir trabalhar, estudar ou até mesmo como instrumento de trabalho.

Para obter o título de cidade sustentável, a capital deve adotar hábitos sustentáveis e o uso de maios de transportes alternativos, que reduzem a emissão de gases poluentes e desafoguem o trânsito, é imprescindível. Não basta investir nos parques e na arborização das ruas, há que se dedicar à qualidade das águas e do ar. A bicicleta tem muito que contribuir com esse modelo de cidade que quer se implantar em Goiânia e basta coragem para abraçar essa ideia que já faz parte do cotidiano das melhores cidades europeias para Goiânia voltar a ser a capital das bicicletas.