O Programa Agrinho do Sistema Faeg/Senar, auxilia na melhoraria do aprendizado de alunos em escolas do meio rural e urbano e desperta nas crianças o sentimento de consciência socioambiental. Outros programas de Responsabilidade do Sistema , como o de Equoterapia e o Campo Saúde, contribuem para a melhoria na qualidade de vida dos goianos.jose mario

Na opinião de José Mário Schreiner, presidente da Faeg, a entidade está inserida nos interesses dos produtores rurais. Segundo ele, o sistema desenvolve vários programas pelo Sistema de Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Na avaliação de José Mário, os programas do Senar são medidos pelo quanto fazem com que as pessoas mudem de vida para melhor.

O programa Agrinho Chegou em Goiás no ano de 2008.   De lá para cá, tem contribuído muito para despertar nas crianças a consciência de responsabilidade socioambiental. A coordenadora do Agrinho no estado, Maria Luíza Bretas, explica como funciona o programa. “São dois personagens no programa, o Agrinho e a Aninha, que são voltados para as crianças da educação infantil, do ensino especial e do ensino fundamental . Então, nós trabalhamos com professores da educação infantil, até o ensino fundamental de 9°ano. Damos uma formação para eles, aqui em Goiânia. Eles vão para seus municípios, multiplicam essa formação. Este ano nós tivemos 198 municípios inscritos, 410 professores e mais de 2 mil escolas participantes”.

Presentes comemoram lançamento do livro no Bougainville.Foto-Mendel CortizoMaria Luiza Bretas fala do surgimento do Agrinho no País e em Goiás: “Ele surgiu em 1995 no estado do Paraná, por um problema sério à época, que foi a intoxicação de trabalhadores do meio rural, com a reutilização das embalagens de agrotóxicos. Infelizmente, aconteceu porque eles não sabiam ler e nem escrever. Inclusive houve mortes na época. Então, o Senar/ Paraná resolveu que além de combater aquele problema imediato, eles criaram também uma possibilidade de que isso não acontecesse no futuro com as crianças do meio rural. Começaram a trabalhar um programa, que é o Agrinho, no meio rural, só que ele deu tão certo que ultrapassou e foi para a cidade e lá ele foi disseminado por todas as administrações regionais do Senar, que são 27 para cada estado, inclusive o Distrito Federal. Ele checou em Goiás em 2008, e olha que coincidência, nesta época eu era superintendente de Ensino Fundamental. O Senar pediu que fizéssemos uma avaliação. Avaliamos de forma positiva, porque nós vimos a abrangência do programa. E mal sabia eu que 5 anos depois eu estaria coordenando o mesmo programa. O Agrinho veio para modificar hábitos e atitudes, em relação as questões socioambientais”.

A professora de língua portuguesa do município de Britânia, Maria do Disterro, foi vencedora da 4ª edição do Agrinho. Seu trabalho que fez parte do projeto Sinal Verde, do programa Agrinho, englobou um livro e trabalho de campo.

Segundo a professora, seus alunos são coautores do livro Pequenos Conselhos, grandes lições. “O livro traz como autora, professora Disterro e coautores os alunos do 9° ano B, do Colégio Estadual Alfredo Nasser e os alunos do 4° D, da Escola Municipal Eugênio Gama dos Santos. O que é esse livro? São as reflexões, são o que os alunos aprenderam durante o desenvolvimento do projeto, em relação a meio ambiente e responsabilidade social”.

Maria do Disterro fala sobre os conselhos abordados pelo livro. “No livro estão 10 conselhos e esses conselhos falam de responsabilidade social, falam de questões ambientais, da questão da criança assistir menos televisão e brincar mais. Dela ficar afastada das drogas, dela ter responsabilidade com o quintal de casa, para espantar dengue. Da criança respeitar os idosos, de ser uma pessoa solidária. O livro é muito didático e traz de uma forma muito lúdica esses conselhos, para as pessoas se portarem melhor em relação ao meio ambiente e ao ser humano. Toda a renda deste livro será destinada ao Hospital Araújo Jorge”.

O livro Pequenos Conselhos, grandes lições está à venda na livraria Nobel, do Shopping Bougainville. Vale ressaltar que toda a renda será repassada ao Hospital Araújo Jorge.

A edição 2013 do programa Agrinho Goiás recebeu mais de 8 mil trabalhos para avaliação. A cerimônia que vai anunciar os premiados será realizada na Atlanta Music Hall, no dia 5 de dezembro.

 

EquoterapiaEquoterapia

A coordenadora do programa de Equoterapia do Senar-Goiás, Fátima Araújo, contou à Rádio 730 e ao Portal 730 como surgiu a equoterapia no Brasil.“Há 20 anos foi registrado o termo no Brasil, pela Associação Nacional de Equoterapia. Esse tipo de reabilitação traz benefícios pelo tipo de andar do cavalo, o transitar do cavalo, pois o cérebro necessita de um estímulo para realizar atividades. Acredita-se que os movimentos do cavalo são semelhantes ao vivenciados no útero materno, sendo eles tridimensionais. Quando vemos isso em vídeo, percebemos que quando o paciente está cavalgando, se movimenta para cima, para baixo, para a direita e esquerda. Em Goiás, o programa foi lançado em 2011 e atende 21 municípios”.

A coordenadora do programa de Equoterapia do Senar/Goiás explica como o procedimento contribui para a reabilitação. “Existe um fator interessante que podemos exemplificar com um cadeirante. A pessoa que está em sua cadeira de rodas olha para outra pessoa com uma dimensão diferente da nossa, ele olha de baixo para cima. Se ele não tiver pernas ou movimento nelas, quando monta ao cavalo, ele passa a ter quatro potentes patas e com altura. Isso muda a perspectiva da pessoa. O conjunto interfere na aceleração do processo de reabilitação ou, ainda que seja, na melhoria da qualidade de vida. Há casos em que a pessoa realmente tem que viver com aquela necessidade especial, mas ela passa a ver o mundo de outra forma”.

Fátima explica que não é fácil mensurar quantitativamente os resultados, mas qualitativamente é possível. “É difícil medir quantitativamente esses resultados, mas qualitativamente eles são percebidos claramente pelo depoimento de familiares, percepção da equipe multidisciplinar e vários outros fatores. Os centros de equoterapia, apoiados pelo Senar, são também laboratórios de pesquisas para diversas universidades”.

A coordenadora informa como as pessoas podem ter acesso ao programa. “As pessoas podem procurar o Sindicato Rural de cada município, que nos representa e faz acontecer tanto os cursos de treinamento, os programas e a equoterapia. Para que essa terapia aconteça em cada município, se fazem necessárias as parcerias locais, pois quem atende os pacientes são os terapeutas, psicólogos,pedagogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais. Dentro da parceria, a Faeg faz a implantação e adequações necessárias no parque de exposição e na qualificação da mão-de-obra, porque as técnicas os profissionais já possuem, nós só os orientamos para que transponha essa técnica no paciente montado em um cavalo, não em uma maca”. Fátima afirma que a equoterapia é uma alternativa de tratamento não convencional. “É reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. O Sistema Único de Saúde (SUS) também já o reconhece como um atendimento de saúde. Na educação também está se avançando muito. Existem municípios onde as prefeituras optaram por atender os alunos da rede municipal. Isso potencializa a aprendizagem das crianças”.

Ainda segundo informações do programa de Equoterapia, há cerca de 300 pessoas nos centros que a Faeg apoia pelo interior do Estado. Goiás convive outras experiências de equoterapia, como projetada para negócios. Há clínicas que montam a especialidade e cobram pelo atendimento. Goiânia e Entorno do Distrito Federal possuem experiências significativas, por exemplo, o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), que faz esse trabalho há anos. Outro exemplo próximo é o da Vila São Cottolengo, que solicitou uma parceria ao Senar. Eles já possuem a equoterapia, mas o sistema entrará oferecendo tudo que pode, apoiando o trabalho e ministrando outros cursos.

O Sistema Faeg/Senar não cobra nada pelo tratamento de equoterapia.

 

Campo SaúdeAdemar Gomes e a filha Edith Gomes buscaram atendimento no Campo Saúde. Foto Larissa Melo

O programa funciona como atendimento médico itinerante, ou seja, leva procedimentos de saúde às cidades do interior de Goiás, sempre em parceria com os gestores locais.

A última cidade beneficiada com o programa foi Três Ranchos. No dia 26 de outubro, o evento foi realizado em parceria com a prefeitura.

Acompanhado da filha, Ademar Gomes, de 86 anos, buscou realização de exame PSA, preventivo de câncer de próstata, durante Campo Saúde realizado no município de Três Ranchos. Assim como ele, outros mais de 100 homens formavam fila ao lado de fora da Secretaria Municipal de Saúde.

Edith Rosa Gomes, de 48, filha de Ademar, também aproveitou a oportunidade para se consultar com um oftalmologista. Moradora da cidade, ela conta que começou a sentir dificuldade em enxergar e decidiu procurar um especialista.

O Campo Saúde é um programa que auxilia as prefeituras no atendimento médico especializado. Um bom exemplo para ilustrar a importância dele é o fato de apenas 17 municípios goianos contarem com oftalmologistas que atendem pelo Sus ( Sistema Único de Saúde). Por isso, levar serviços médicos gratuitos e específicos à população carente, mostram quão relevante é o Campo Saúde.